quarta-feira, outubro 29, 2008 6:45:00 PM
Publicado à cada dois anos, o relatório apresenta um déficit de 30% entre a exploração dos recursos e a capacidade de regeneração do ecossistema e prevê que em 2030 precisaremos dos recursos de 2 planetas Terra, se mantivermos o mesmo nível de crescimento econômico.
Na conferência de Wackernagel, o criador do indicador de pegada ecológica, entre outros exemplos, cita a Coréia do Norte e o Senegal como casos de colapso quando a pegada ecológica ultrapassou a biocapacidade
provocando a fome e a morte de mais de um milhão de pessoas. Nos dois casos, o sistema econômico não permitiu que estas populações buscassem recursos fora do território do país. A maior parte dos países ricos já ultrapassou o limite de biocapacidade do seu território há muito tempo mas estes países não entram em colapso porque exploram a biocapacidade do território de outros países, geralmente de países pobres.
A pegada ecológica do Brasil está aquém da biocapacidade do seu território, no entanto, está ultrapassando o limite do parâmetro de pegada global sustentável. Sob este parâmetro, que é um parâmetro visando a justiça internacional, deveríamos restringir a exploração dos recursos naturais renováveis dentro dos limites atuais e otimizar o desenvolvimento utilizando apenas estas fontes. A biocapacidade que nos sobra agora, falta à população de outros países como a Índia e a China, cuja pegada está bem abaixo da média mundial.
Uma das formas de otimisar o uso dos recursos atuais é melhorar o nivel de vida dos mais pobres pelo menos acima do limite da pobreza e limitar o consumo dos mais ricos dentro dos limites da pegada ecológica sustentável. Quais as estratégias para se fazer isto? Imagino que qualquer medida implantada democráticamente exija educação , consciência ambiental e estímulo à solidariedade social.
Veja o relatório 2008 clicando
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Veja a conferência de Wackernagel
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Aquecimento climático, uma fraude?
sábado, junho 21, 2008 9:14:00 AM
Veja a sequência de vídeos escrito e produzidos por Martin Durkin (?) atribuindo o aquecimento climático exclusivamente à atividade solar, desconsiderando totalmente a responsabilidade humana na produção dos gases de efeito estufa.
As acusaçoes de parcialidade ideológica contra o IPCC também permitem levantar a dúvida se não foi a indústria do petróleo americana quem financiou este material e os depoimentos dos cientistas que dele participam. Afinal, se em ciência todos se vendem, então nenhum resultado pretensamente científico merece credibilidade, nem mesmo este.
O argumento de que o
IPCC é uma fachada para os interesses dos paises ricos visando limitar o acesso dos países pobres ao combustível do desenvolvimento, o petróleo, é incoerente com os objetivos do protocolo de Quioto e do banco de carbono. Ao contrário do que pretende o vídeo, estes instrumentos permitiriam aos países pobres de continuar usando combustíveis fosseis até um certo limite ou de vender o direito não utilisado, a que se chama créditos de carbono. Se aceito e implantado, o banco de carbono permite ao longo do tempo uma diminuição da desigualdade mundial e um nivelamento do padrão de vida entre os países.
Além disto, não basta ter petróleo para produzir desenvolvimento, como mostra o caso da Arabia Saudita e do Brasil, pois desenvolvimento não se resume ao PIB. Muito mais do que riqueza material, é preciso justiça social e educação, algo que o vídeo não menciona.
Vários outros grupos de pesquisa independentes do IPCC, como o Consórcio
Ouranus por exemplo, não apenas confirmam os cenários previstos pelos relatórios do IPCC, mas mostram que estes cenários são muito otimistas, que a velocidade do aquecimento se acelera, antecipando e ultrapassando os piores cenários.
Havia um outro grupo de pesquisa dedicado à provar que o aquecimento era devido à causas externas, como o aumento da atividade radiativa do sol, a variação da orbita terrestre, do eixo de rotação, do alinhamento dos planetas, etc e/ou de uma combinação de fatores externos que se acumulavam provocando um aquecimento mais rápido do que todos os ocorridos na história do planeta. O grupo, financiado pela indústria petroleira, foi extinto em 2002 porque suas pesquisas contradiziam a hipótese pretendida e confirmavam mais ainda a hipótese contrária: existe um aquecimento extra cuja causa é claramente humana. É por esta razão que não existem financiadores de pesquisas visando provar o contrário do que o IPCC e outros grupos de pesquisa já demonstraram.
O aquecimento dos outros planetas também é considerado nas pesquisas do IPCC, como atesta o astrofísico Hubert Reeves, assim como o papel da composição da atmosfera na potencialização do aquecimento. A distinção entre o que é natural e o que é humano sempre foi complicada, mas a ação dos gases atmosféricos na regulação do efeito estufa foi demonstrada desde o início do século passado, muito antes da teoria lançada pelo climatologista James Lovelock, a hipótese Gaia.
Mesmo que hajam dúvidas sobre a quantificação das causas, por enquanto, é apenas nossa contribuição na emissão dos gases de efeito estufa que pode desequilibrar perigosamente o ecossistema podendo levá-lo ao colapso e, mesmo que fosse o sol o principal causador de inundaçoes, secas, fome, doenças, etc. a diminuição do consumo e a justa partilha da riqueza constituem formas de mitigação dos efeitos negativos tanto sobre o ecossistema como sobre as populaçoes humanas.
Não se sabe qual é a capacidade de suporte do sistema ou de reversão do impacto, mas já vemos seus efeitos com intensidades variadas em todos os continentes do globo. Se existem dúvidas científicas, e é necesséario que elas existam, que sejam colocadas com o máximo de imparcialidade.
Vídeo 1 - Apresentação: o resumo da sequência está nesta parte
Vídeo 2 -
Vídeo 3 - É o aquecimento solar provoca o aumento de CO2 na atmosfera e não o contrário
Vídeo 4 - Argumentação do aquecimento dos outros planetas devido à atividade solar
Video 5 - Atribuição de criação do IPCC à Margareth Thatcher e ao facismo da ONU
Vídeo 6 -
Vídeo 7 - O objetivo da fraude, privar os pobres do desenvolvimento e redução demográfica
Video 8 - Os créditos dos participantes e autores estão aqui.
O conjunto parece também ser mais uma propaganda motivada por interesses ainda obscuros. Pelo menos um dos cientistas entrevistados no vídeo pediu a retirada de sua participação porque seu depoimento foi manipulado de forma a fazê-lo dizer algo em que ele mesmo não acredita. Representantes do IPCC ja apontaram os erros graves nos argumentos e a falta de profundidade científica nas afirmaçoes. A forma como os scépticos se manifestam, com apelo dramático e pouca seriedade, apenas dificulta a concertação para uma reação eficaz pela sustentabilidade. Uma questão, no entanto não quer calar: Se o debate de posiçoes divergentes do paradigma do aquecimento era impossível anteriormente por causa do medo de perder financiamentos e prejudicar a carreira, etc. porque agora não é mais? Porque resolveram neste momento e não antes dizer esta "verdade" que para eles é tão evidente? O que os motivou a sair do mutismo onde estavam injustamente e terrivelmente encurralados?
Marcadores: Corrupção científica, Desigualdade mundial, Fraude do aquecimento climático, IPCC, Ouranos

O fracasso da Conferência de Bali
segunda-feira, dezembro 17, 2007 4:35:00 PM
Depois de mais de uma semana de discussões, a aprovação do segundo Protocolo de Quioto (Kyoto II) esbarrou na resistência dos Estados Unidos, da Nova Zelândia, do Japão e do Canadá.
Se o argumento de Bush contra a participação americana das medidas previstas pelo protocolo era a isenção de obrigações sobre os países pobres como a Índia, a China e o Brasil, este argumento não existe mais. Os governos destes países, onde cada habitante não chega à emitir 10% do que emite um americano por ano, aceitaram colaborar com estratégias visando a diminuiçao das emissões. Mesmo assim, Bush se recusou a mudar o
american way of life. É decepcionante mas a oposição ao protocolo está concentrada em alguns países ricos, que recusam a se solidarizar com o resto do planeta e a reconhecer que, continuando com esta política, estão roubando dos outros países o direito ao desenvolvimento, especialmente dos países mais pobres.
A conferência não tem caráter deliberativo, ou seja, a maioria não pode impôr seu ponto de vista sobre à minoria por causa do princípio de soberania dos estados membros da ONU. Porém, a resistência em adotar medidas restritivas afim de baixar as emissões dos gases de efeito estufa já custou a reeleição do ex-presidente da Austrália e, esperamos, custará a do candidato do partido republicano nos EUA e a de Stephen Harper, do partido conservador no Canadá.
É na escolha do candidato local que podemos influenciar o destino do mundo. Por isso, não votar em candidatos que não tenham um plano contra a emissão dos gases de efeito estufa é uma parte importante do que podemos fazer localmente, pensando globalmente.
As ONGs, como o Greenpeace, a WWF, a Equiterre e o Sierra Clube, assim como organismos científicos como o IPCC, mesmo não tendo poder de voto nestas conferências, são convidadas à expor dados, argumentos e conclusões necessários à lucidez do debate. No fundo, a discussão parece ser a mesma inciada por Platão há mais de 20 séculos sobre "o que é o bem?" Uma ética da cooperação pelo bem mundial é possível num mundo néo-libéral que promove a competição entre Estados, entre empresas, entre cidadãos? Qual é o mundo que queremos para nós mesmos e para os nossos descendentes?
Marcadores: Aquecimento climático, Conferência de Bali, Corrupção, Desigualdade mundial

terça-feira, dezembro 04, 2007 8:06:00 PM
Quem tem coragem de comprar presentes produzidos com petroleo à este preço?
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Como os ricos destroem o planeta - Hervé Kempf
segunda-feira, setembro 17, 2007 7:49:00 PM
Texto da contra-capa:
"Nós estamos num momento da história que propõe um desafio radicalmente novo à espécie humana: pela primeira vez, seu prodigioso dinamismo se choca com os limites da biosfera e põe seu futuro em perigo. Viver este momento significa que nós devemos encontrar coletivamente os meios de orientar diferentemente esta energia humana e esta vontade de progresso. É um desafio magnífico e assustador.
Ora, uma classe dirigente predadora e impulsiva, esbanjando do nosso patrimônio comum, mal utilisando seu poder, constitui um obstáculo à mudança de direção que se impõe urgentemente. Esta classe não tem nenhum projeto, nao é movida por nenhum ideal, não exprime nenhum discurso mobilizador. Depois de ter triunfado sobre o sovietismo, a ideologia neoliberal não sabe mais o que auto-celebrar. Quase todas as esferas do poder e os círculos de influência estão submissos à este pseudo-realismo, que pretende impossível toda alternativa em defesa da única alternativa imaginável que é esta que conduz ao crescimento sempre maior da riqueza.
Esta representação do mundo não é apenas sinistra, ela é cega. Ela ignora a potência explosiva da injustiça, subestima a gravidade do envenenamento da biosfera, promove a redução das liberdades públicas. Esta representação é indiferente à degradação das condições de vida da maioria das pessoas, consente com a dilapidação das chances de vida das gerações futuras."
Kempf, Hervé (2007) Comment les riches détruisent la planète. Paris, Seuil.
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Relatório de pressão ecológica 2006
terça-feira, agosto 14, 2007 3:45:00 PM
Já disponível em pdf o
Relatório 2006 de Pressão Ecológica (Ecological Footprint) por país, elaborado pela WWF. A pressão ecológica é calculada em função do consumo, por habitante, de cada país e da área de terra necessária para produzir os bens consumidos.
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