Factorama: http://factorama2.blogspot.com Publicação de divulgação científica em meio eletrônico.
Factorama

Atualizado diariamente - www.factorama.com.br - ISSN: 1808-818X

6.600.000.000 habitantes

quarta-feira, outubro 31, 2007 5:06:00 PM

Esta é a populaçao global, estimada pelo Worldwatch Insitute.
A durabilidade do desenvolvimento humano exige um limite populacional adequado à disponibilidade de recursos.
A crítica à esta afirmação aponta a desigualdade na repartição dos recursos como obstáculo ao desenvolvimento e não a explosão demográfica. Segundo esta crítica, se toda população mundial vivesse com uma pegada ecológica indiana, ainda poderíamos duplicar o contingente humano sobre o planeta, sem por em risco o equilíbrio do ecossistema. Porém, um habitante médio de países ricos consome de 20 a 60 vezes mais recursos que um indiano médio. O que seria insustentável é a desigualdade e não o crescimento demográfico.
Por outro lado, mesmo os indianos não aceitam este nível de vida como modelo de sustentabilidade. Num país como o Brasil, por exemplo, quem se sujeitaria a viver com menos de 2 dolares por dia, se não fosse obrigado pelas circunstâncias históricas e políticas?
É verdade que no Brasil a taxa de fertilidade tem diminuído rapidamente desde os anos 70, e que as mulheres podem decidir o numero de filhos que querem ter. Porém, isto so foi possível porque a taxa de analfabetismo caiu, liberando os indivíduos da moralidade judeo-cristã.
O controle da natalidade, assim como o aumento do nível de consumo e da esperança de vida é determinado pelo nivel de educação. Conhecimento, liberdade e consciência parecem compor a base de uma sustentabilidade participativa e democrática. Sem eles, estaremos sempre sujeitos aos caprichos de uma minoria que decide o destino do mundo.

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Efeitos do aquecimento global

terça-feira, outubro 30, 2007 7:17:00 AM

O amigo Lukas escreveu um texto no Blog "Casa da Noca", no qual revela com clareza as conseqüências do aquecimento global. Certamente, muitas pessoas, no domingo, sentiram sensações similares. Tranqüilos, que daqui em diante o calor tende a aumentar. ACIM, vale a pena lembrar que ainda devemos contar com a contribuição das manguerinhas de Natal.
Imagina então, um dezembro com aquecimento noturno, acim, que tem gente criativa por aqui!
No domingo, 28 de outubro de 2007, a temperatura máxima foi de 35,7ºC, sendo que a umidade relativa do ar mínima foi de 34%, as 15:00 horas. Normalmente a média do período do mês de outubro é de 75% umidade relativa do ar.

Leia o texto na íntegra do Cartunista LUKAS:
"Calor da loba
Tá tão quente que até cachorro na bunda sua. Nem dá ânimo pra escrever no blog. Já tomei um porrilhão de litros de água e suco de uva. Dentro de casa tá 34 graus. Bem que podia dar um chuvão pra eu entrar embaixo da calha."
Fonte: http://casadonoca.blogspot.com/2007/10/calor-da-loba.html

A fotografia o cartaz e a pegadinha

segunda-feira, outubro 29, 2007 11:53:00 AM

agricultura


Pensei primeiro que era uma pegadinha, sabe, aquelas ações promovidas pelas televisões, para denegrir a imagem de algum cidadão desprevenido. Porém, enquanto constatava a situação de abandono chegou um senhor, já maior, que me perguntou que fazia, comentei que observava as condições nas quais se encontrada a área e que tentava entender o cartaz implantado no poste, que isso poderia ser uma brincadeira.
O senhor me respondeu de imediato, que brincadeira que nada, que ele e outros moradores já reclamam faz tempo da condição de abandono do local e que nada acontece. Aquilo é uma vergonha... afirmou.
Como eu foi receptivo, me perguntou a respeito de um restaurante de um real, que já estaria funcionando na Rodoviária. Más, que ele tinha ido até o local e não havia encontrado esse tal de restaurante popular..., então, pensei comigo, as pegadinhas estão por todos lados.

2007 ©® FACTORAMA JUGV

O Flamboyant da Vila Nova

11:47:00 AM

flamboyand_vilanova
A palavra que denomina a árvore florida da fotografia é Flamboyant, que significa flamejante. A árvore é exótica e originária da costa leste da África, de Madagáscar e de ilhas do Oceano Índico.
Segundo dados de historiadores, as primeiras mudas foram trazidas, na época de D. João VI.
Como pode ser visto na fotografia elas se adaptaram muito bem ao clima e solo de Maringá.
A fotografia foi realizada desde a área interna da Rodoviária de Maringá.

Imagens que marcaram a minha semana

11:41:00 AM

terra de oportunidades

Intervalo para o descanso. Rodoviária de Maringá.
©® JUGV FACTORAMA 2007

Maringá e a conservação do seu patrimônio histórico-cultural.

domingo, outubro 28, 2007 7:02:00 PM

Dia desses enquanto arrumava uns arquivos, acabei reencontrando e revirando uma pasta com recortes de jornais, cujas matérias discorriam sobre história, memória e patrimônio histórico da cidade de Maringá. Uma delas noticiava e lamentava a demolição do Hotel Esplanada, a matéria dizia: “Esplanada Adeus”, revirei um pouco mais e encontrei um recorte com algumas pequenas notas sobre a demolição do antigo Cine Peduti, ambas falavam da necessária permanência desses bens e reclamavam o desaparecimento desses imóveis, entendidos no texto como prédios integrantes da história da cidade e necessárias de permanecerem como registros de um tempo e das experiências vividas pelos sujeitos de nossa história.

Refletindo sobre isto, resolvi escrever este artigo para tentar discorrer por quais motivos não temos tido sucesso em preservar nossos bens culturais, em especial aqueles representados por edificações. Este texto é uma reflexão a respeito de quais problemáticas tem sido presentes na conservação de nossa identidade histórico-cultural. São alguns apontamentos acerca dos motivos pelos quais não temos conseguido cumprir com esta tarefa, que é necessário que se diga, ao contrário do que afirmam alguns, não é um sonho romântico, é uma questão estipulada na Constituição de nosso país, na lei Estadual nº 1.211/53 e na lei municipal 2.297/87. Como se vê a questão do patrimônio histórico deve ser encarada como uma política pública a ser cumprida por todas as cidades do Brasil.

Antes de prosseguir a discussão sobre a cidade de Maringá e o modo como tem gerido seus bens culturais, é importante retomar o conceito de cultura e a necessidade de se preservar os elementos culturais. Em acordo com Sacristan (2001, p. 105) a cultura compreende “desde a mais sublime música ou obra literária, até as formas de destruir a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar”.

Retomo agora um pouco da trajetória, das situações vividas e das ações relacionadas à conservação do patrimônio cultural local.

Maringá, hoje têm 60 anos, mas quando tinha 17 anos de fundação teve a 1ª lei voltada à conservação de seu patrimônio cultural, era a lei nº 299/64 que instituía a criação do Museu Municipal e previa medidas com vistas a conservação do patrimônio histórico-cultural. Uma outra ação se deu nos anos 1980, através da instituição do Projeto Memória, que surgiu do entendimento de seus organizadores da relevância de se registrar a memória maringaense. Como ações do projeto, foram reunidos e catalogados documentos escritos e imagéticos e produzidos registros orais das famílias consideradas pioneiras. O projeto possibilitou a criação de uma Gerência de Patrimônio Histórico, órgão incumbido de gerir os bens culturais da cidade.

A fim de regulamentar a política de conservação dos bens culturais da cidade, foi elaborada a lei nº 2.297/87, que em seu artigo 1º estabeleceu: “O Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Municipal responsabilizar-se-á pelo conjunto de bens móveis e imóveis existentes no Município, cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história de Maringá, quer por seu excepcional valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico, ecológico e artístico”.

As obrigações foram previstas no artigo 4º da lei: “Compete, ainda, ao Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Municipal proceder levantamentos, arrolamento e avaliação de bens móveis e imóveis públicos, com afixação de elementos necessários á perfeita indicação de cada unidade, após prévio parecer e análise da Comissão especial devidamente composta pela chefe do executivo Municipal , sob a presidência do Chefe da Divisão de Patrimônio”

Tendo esboçado estas primeiras medidas legais passo agora a descrever um pouco da história da preservação dos bens culturais da cidade, para isto retomo os processos de tombo e alguns fatos relacionados que ocorreram nos últimos 20antos, tal retomada é relevante para uma visualização das problemáticas que perpassam a questão da conservação dos bens culturais em Maringá.

No ano de 1988, a Capela Santa Cruz, primeira igreja do meio urbano, construída nos anos de 1946 à 1947, foi entendida como bem de relevância na história social e religiosa da cidade e como símbolo da arquitetura de época, por estes critérios foi tombada como patrimônio histórico-cultural de Maringá.

Da década de 90 são as leis nº 5196/93 e 4.707/98. A primeira autorizou o tombo de um painel artístico que ainda hoje adorna a parede da antiga Lanchonete Pingo de Ouro, é uma representação do cotidiano de uma lavoura cafeeira. A 2º autorizou o tombo da Capela Nossa Senhora da Aparecida, na localidade rural da Gleba Guaiapó. As leis não se cumpriram, os procedimentos seqüenciais não foram tomados e até o presente momento, os bens não foram registrados no livro tombo da cidade, podendo ser demolidos a qualquer momento.

Em 1994, foi aprovada a lei 3.670/94, do executivo municipal, que autorizou o tombamento da Capela São Bonifácio, em razão do valor histórico, social, religioso e arquitetônico do imóvel. Este foi o 2º imóvel tombado como patrimônio histórico-cultural de Maringá.

A década de 90 foi também marcada pela demolição da antiga Estação Ferroviária, demolida sem discussões sobre a importância de sua permanência enquanto parte da conjuntura histórica de Maringá e do Norte do Paraná.

No ano de 2004 ocorreu a instalação de uma Comissão de preservação de patrimônio Histórico, nascia ali uma medida importante para que se pudesse fazer um trabalho contínuo e sério a respeito da preservação do patrimônio cultural maringaense. Dos trabalhos desta comissão, a cidade obteve o seu 3º bem tombado, trata-se da sede da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.

A mesma comissão abriu processo para tombar a Máquina de Café Santo Antônio (hoje demolida) e o Hotel Bandeirantes, mas devido ao fato de o ano de 2004 encerrar uma gestão política, a mesma foi destituída e os processos não foram concluídos.

O tombo do Hotel Bandeirantes acabou sendo efetivado pela Comissão de Patrimônio Histórico do Estado do Paraná, foi o 4º bem tombado como patrimônio cultural da cidade.

Outro fato significativo para o entendimento das problemáticas da conservação do patrimônio cultural em Maringá está situado neste período. Enquanto a cidade travava discussões calorosas sobre o tombamento do Hotel Bandeirantes e do prédio da Companhia de Melhoramentos Norte do Paraná, estranhamente é emitido alvará de demolição do Hotel Esplanada, o desmanche do prédio se deu em Janeiro de 2005, sem nenhuma discussão, naquele período a cidade não contava com uma comissão de patrimônio histórico, a antiga, montada para avaliar processos de tombo do Hotel Bandeirantes, da Máquina de Café e do Prédio da Companhia tinha sido destituída na troca de administração, aguardava-se a formação de uma outra.

Com a formação da nova comissão em 2005, o primeiro trabalho da mesma foi reabrir o processo de tombo da Cafeeira Santo Antônio, imóvel cuja data provável é final dos anos 1940, então pertencendo à Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, a cafeeira estava em atividades até os primeiros anos da década de 1990. Embora para parte dos membros da comissão tenham considerado o bem como de relevância histórica, social e arquitetônica, em junho de 2005 seu tombamento foi rejeitado pela maioria dos membros, apresentando como justificativa do parecer pelo não tombo, o fato de entender que não seria possível e financeiramente razoável recuperar o imóvel que apresentava significativos problemas, os quais exigiriam uma obra de restauro.

Em maio de 2007, a referida Comissão abriu um processo para discutir possível tombamento da antiga Estação rodoviária “Américo Dias Ferraz”, 3º terminal rodoviário da cidade, cuja construção foi iniciada em 1959 e que serviu como estação de transporte rodoviário até os anos 90. O processo foi aberto em 25/04/707 e em 14/05/07 a maior parte dos membros votou pelo não reconhecimento da importância da conservação desse bem, alegando também não ser financeiramente viável sua revitalização.

Descrevi nos parágrafos acima, parte significativa da trajetória da cidade de Maringá em relação a seus bens culturais. Expus as leis que foram criadas, os projetos que foram realizados; a exemplo: o projeto Memória que hoje é responsável pela existência da Gerência de Patrimônio Histórico, os tombos que conseguiram ser realizados e alguns imóveis que foram demolidos sem abertura de processos de tombo como determina a lei.

Da lei nº 2.297/87 aos dias atuais, portanto 20 anos, foram realizados 04 tombos, isto mesmo, a cidade de Maringá tem hoje como parte de sua identidade cultural apenas 04 bens tombados. Foram-se hotéis, cinemas, rodoviárias, as primeiras casas comerciais, as primeiras escolas, as cafeeiras, as cerealistas, os clubes sociais, a estação ferroviária e outros tantos. Nada disto foi preservado.

Diante desta situação é preciso perguntar: Quais entraves se impõem à conservação do patrimônio histórico-cultural local e por quais motivos não conseguimos efetivar uma ação contínua em prol da conservação do patrimônio histórico, artístico, cultural e natural na cidade de Maringá?

Na busca destas respostas, ou seja, na busca de entender, por qual motivo temos tão pouco de nossa história preservada, penso ser interessante procurar extrair nas situações vividas, as razões desta conjuntura histórico-cultural que se faz presente em nossa cidade. Pensar, sobre o histórico de alguns processos de tombo nos últimos anos pode servir também para uma reflexão acerca das decisões que a cidade vem tomando no que se refere á preservação de seu patrimônio cultural e que precisam ser mudadas.

Tomamos como exemplo o prédio da CMNP. O processo de tombo deste imóvel foi bastante curioso e tumultuado. O tombo do prédio já havia sido aprovado na Câmara Municipal, mas em 2004, boa parte dos vereadores, amparados no “entendimento” de que Maringá era uma cidade nova (só 56 anos na época), nada que se comparasse aos 400 ou 500 anos de outras cidades, aprovou o destombamento do prédio, abrindo possibilidades para que o imóvel fosse destruído e cedesse lugar para a construção de um shopping center naquele espaço.

Diante desta ameaça, a população organizou um abaixo assinado e encaminhou-o ao Ministério Público, que determinou a montagem de uma comissão de Patrimônio Histórico, conforme previa a lei 2.297/87, a fim de que a mesma emitisse um parecer técnico quanto a necessidade de tombamento do prédio.

A comissão deliberou pelo tombo do imóvel. Mas deste processo resultou uma ação para averiguar um suposto pagamento de propina para alguns vereadores da cidade a fim de que os mesmos facilitassem a aprovação do destombamento do prédio.

O caso do Hotel Esplanada, é sem dúvida, um caso exemplar do descumprimento à lei municipal de preservação ao patrimônio cultural nº 2.297/87. Era um dos primeiros hotéis da cidade, prédio que materializava a memória da cidade, mas absurdamente teve sua autorização de demolição emitida no ano de 2004 sem nenhuma consulta à Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico Municipal, foi demolido em Janeiro de 2005.

O estudo de tombamento do terminal Américo Dias Ferraz, também traz importantes lições. Contrariando a seqüência correta, o processo somente foi aberto depois das autoridades (sem consultar a comissão que instituiu) sustentarem que o imóvel não tinha relevância histórica, arquitetônica, social e que apresentava riscos estruturais, defendendo a viabilização de um novo empreendimento para o local.

Através da mobilização de moradores, instalou-se a abertura de um processo de tombo no Estado. Posteriormente, devido à determinação do Ministério Público foi também aberto um processo na Comissão Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico. Quinze dias após a comissão municipal ter deliberado pelo não tombo, o Ministério Público (devido ao recebimento de um abaixo assinado proposto por um significativo número de pessoas) abriu processo investigatório para apurar o trabalho da comissão municipal referente ao processo de tombo da rodoviária.

Esses são apenas três exemplos de situações pertinentes à conservação dos bens culturais em Maringá, outros poderiam ser discutidos, mas são suficientes para entendermos algumas problemáticas que envolvem a questão e que tem inviabilizado a realização de um bom trabalho na área de preservação do patrimônio cultural.

Em Maringá, o que temos visto são processos de tombo serem abertos tardiamente, quando o assunto está estourando, quando é necessário tomar alguma medida urgente, em geral motivada porque surge alguma ameaça de que um bem que possa portar a memória da cidade será demolido em poucos dias em prol de uma nova construção.

Importante e justo que se diga que a ausência de políticas públicas bem definidas e devidamente colocadas em pratica não é uma questão de uma ou de outra administração. Alguns destaques podem ser feitos, mas de modo geral, nenhuma das administrações formulou até a presente data uma pauta, uma linha de ação em torno desse assunto. Tivemos uns processos de tombo que resultaram na preservação de quatro bens culturais, apenas quatro. Mesmo esses, a sua preservação se deu em boa parte por conta da pressão popular e de pessoas que conhecem um pouco mais este assunto e compreendem a relevância de tal política, não foram resultados de políticas públicas ou parte de um planejamento de preservação da cultura local.

A ausência de um plano de ação em favor do patrimônio cultural tem levado-nos a vivenciar processos de tombo bastante tumultuados, feitos sob muita pressão, com pouco tempo para discussão, que acabam não garantindo a preservação dos bens culturais, tal como deveria ser.

O que dizer então, de processos de tombo instaurados quando os bens a serem analisados estão em situação tão calamitosa que fica a dúvida do que é possível de se preservar, cujo estado precário acaba induzindo comissões a tomarem atitudes que procuram contabilizar se compensa ou não preservar, tem-se então uma lógica contábil e não uma lógica cultural.

Uma leitura do modo como a questão vem sendo conduzida em Maringá, e em especial nesta década é elucidativo do quanto precisamos avançar se quisermos preservar a história, a memória e a cultura da cidade. Mas, preserva-la em um conjunto significativo, refiro-me a ir além de um tombo aqui e outro ali.

Romper com o estado atual, requer também um estudo, um levantamento que averigue o que a cidade possui de relevante para ser preservado seja através de processos de tombo, através de inventários etc. Não se trata de sair tombando tudo, longe disto, mas precisamos saber o que interessa à preservação. Levantamento este que possibilitará traçar metas e planos de trabalho que possibilitem ações de preservação do conjunto da história da cidade, que possam romper com esse padrão de preservação que no momento atual temos, o qual no meu entendimento, apesar de ser melhor que nada, não são muito mais do que rompantes de preservação, frutos de uma situação ameaçadora.

Penso que urgente é que o assunto ganhe a importância e a dimensão que merece, a questão precisa ser proposta para a sociedade, a fim de que se debata e se construa um entendimento acerca do porque e o que preservar. A cidade, seus moradores precisam participar das decisões sobre o que é representativo e necessário de ser preservado.

O patrimônio cultural é uma herança social, de modo que cabe aos gestores públicos, dar conta à população a respeito de como a situação tem sido conduzida e facilitar-lhes o acesso às discussões. Cumpre ao poder público promover discussões que venham esclarecer a população sobre: Por que preservar, O que preservar e como preservar.

Discutir a questão da importância da preservação da memória é vital diante da dinâmica pela qual a cidade tem passado e de fato precisa passar, mas penso eu, que de modo a garantir a permanência dos bens culturais. É necessário que se preservem as configurações identitárias da cidade, a fim de que a cidade assuma novas feições próprias do tempo, mas que surjam sem descartar aquilo que é representativo de nossa história.

Apesar de muito já ter sido destruído, ainda há nas ruas, nas edificações isoladas, no conjunto dos bairros, nas praças etc. São vestígios e elementos que nos remetem as relações históricas, econômicas, sociais e culturais da cidade, são edificações que exprimem a identidade da cidade, dignos de serem preservados, os quais estão esperando ações que lhes garantam a permanência em meio a novas configurações que a cidade em sua dinâmica vai construindo, em especial, nestes últimos anos.

Por fim diante da dinâmica que existe nas sociedades e que se reflete em alterações nos espaços urbanos e nas construções, pois basta olhar e perceber que a cada dia novas atividades são organizadas, pessoas que chegam e trazem novas idéias e propostas, empresas que se instalam, novos espaços públicos que são necessários, é preciso urgentemente discutir ações de preservação, num ato contínuo e planejado, pois aquilo que pode ser necessário de ser considerado patrimônio histórico da cidade pode desaparecer.

Termino, citando falas proferidas há muito tempo, quando ainda nem se discutia esta questão, mas que para alguns já era importante. São palavras de um nobre (citado no livro: O que é Patrimônio Histórico, autoria de Carlos Lemos, ano 2006) que viveu no Brasil do século XVII, para quem os bens culturais deveriam ser pensados enquanto: “Livros que falam, sem que seja necessário lê-los”.

O nono erro de Al Gore

quinta-feira, outubro 25, 2007 7:26:00 PM


Além dos deputados e jornalistas americanos que acusavam Gore de estar fazendo uma formidável propaganda contra o capitalismo, e uma campanha eleitoral muito bem planejada, também um juiz resolveu dar o seu parecer sobre o filme Uma Verdade Inconveniente.

O juiz apontou 8 erros no filme de Al Gore e depois juntou mais um, para completar os 9. Poderia ter apontado a incoerência do Nobel que consome 225000kw por ano, mas apontou a afirmação de que o descongelamento da Groenlândia e da Antártida iriam elevar o nível do mar em 20 pés, (6 metros). O juíz diz que a afirmação de Gore é "distintamente alarmista". A matéria está aqui, em inglês.

Hoje, o alarme é dado por um grupo de pesquisadores canadenses e americanos, que antecipam em 30 anos o descongelamento completo da calota do Ártico durante o verão, ou seja, em vez de 2040, podemos prever uma rota marítima permanente no polo norte à partir de 2010.

Se existe quem defenda a "economia de combustível" no transporte marítimo pelo pólo como fator favorável à sustentabilidade, o descongelamento da calota no Ártico significa menor refletância dos raios solares pois a brancura do gelo (albedo), é substituída pela cor escura do mar. Ora, a água, em lugar de refletir a luz, absorve-a, se aquece e se expande. O aumento da temperatura do mar, por sua vez, aquece o ar e este aquece a camada de 2km de gelo que cobre a Groenlândia. O volume enorme de água dos glaciares do territórion finlandês poderá deseregular completamente as correntes marinhas. Prevê-se que esta desregulação causará um resfriamento do Norte da Europa e um aquecimento do mar Austral,que circunda a Antártida. Isto aumentará a velocidade de descongelamento da banquisa, de aquecimento do mar, repetindo o mesmo processo no polo sul.

O último erro de Al Gore, infelizmente, não é um erro, nem uma jogada política, nem um complô contra o capitalismo. O grupo de cientistas estima em 6 metros o volume acrescentado ao mar apenas pelo degêlo da Groenlândia. O descongelamento completo da camada de gêlo que cobre o continente Antártico aumentará o nível do mar em até 100 metros. O descongelamento da calota do Ártico ou da banquisa Antartida têm pouca influência no nível marítimo, pois se trata de água do próprio mar, e não de glaciares.

Ainda é cedo para prever precisamente quando a elevação do mar estará concluída, mas na velocidade em que as previsoes estão se antecipando, sem nenhuma diminuição global dos gases de efeito estufa, sem nenhuma outra alternativa energética não poluente, podemos pensar que 2100 não será muito cedo.

Veja aqui se a sua casa de praia está na cota de alagamento.

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Coeficiente de Correlação

quarta-feira, outubro 24, 2007 11:10:00 PM

Na análise quantitativa da correlação vamos a utilizar a série dos Poços Tubulares profundos. Nesse estudo escolhemos duas variáveis, sendo elas: profundidade do solo e valor da cota topográfica do poço. Uma vez definidas as variáveis construímos a série específica.

Na construção da tabela da série específica colocamos na primeira coluna (a) os valores da variável independente (valor da cota topográfica do poço) e na segunda coluna (b) os valores da variável dependente (profundidade do solo). A seguir determinamos as médias aritméticas desses valores.

Na terceira coluna determinamos os valores de “afastamento” da primeira coluna (x) em relação a média aritmética de x e na quarta os valores da segunda coluna (y) em relação a média aritmética de y.
Já na quinta coluna apresentamos os valores dos produtos dos “afastamentos” calculados na terceira e quarta coluna. Na sexta coluna vamos a determinar os quadrados dos afastamentos de x e de y que correspondem aos valores da terceira e quarta coluna respectivamente.
Para finalizar realizamos as adições dos valores da quinta, sexta e sétima coluna e substituímos na Fórmula Coeficiente de correlação produto-momento de Pearson.
Os resultados devem ser expresso em uma cifra que varia entre + 1.00 (correlação positiva total); .00 (Não existe correlação); - 1.00 (correlação negativa total). Esta aplicação está relacionada com o coeficiente de correlação lineal. Existem outros tipos de correlação como hiperbólica, parabólica, além de outros índices como o coeficiente de correlação múltiplo, porém não são objeto do presente texto.

©® JUGV FACTORAMA 2007

Mitos urbanos em documentário

terça-feira, outubro 23, 2007 8:20:00 PM

Existem vários mitos urbanos, que representam elementos reais da natureza os quais são exagerados nos seus poderes. Este é o caso do poder das raízes da árvore, as quais raramente ultrapassam os 2,0 m de profundidade, porém, que em livros aparecem destruindo o planeta.
Este documentário, resgata, fatos reais dos problemas de vazamento e estouro da rede de abastecimento público de água, o qual, conforme analisado no documentário é resultado das próprias condições da conservação da rede e não das raízes das árvores.
Um tema certamente fascinante, pois é necessário desmistificar as relações do Homem com a Natureza, para poder incluir no ambiente urbano a infra-estrutura verde, integrada principalmente por árvores de grande porte.
©® JUGV FACTORAMA 2007

Oceanos perdem sua capacidade de absorver CO2

segunda-feira, outubro 22, 2007 5:11:00 PM


A notícia saiu na Radio-Canada com base num artigo publicado pela Universidade de East Anglia, cujo resumo para a imprensa pode ser lido aqui.
Já haviamos divulgado um artigo similar da mesma universidade que apontava a baixa de capacidade de absorção no oceano Austral. Agora o fenômeno foi confirmado desde o Atlântico Norte até as Antilhas.
Os oceanos povoados de microorganismos, que são a base da cadeia alimentar marinha, serviam como agente retardador do aumento da concentração de carbono na atmosfera desde o início da Revolução Industrial. A ação destes microorganismos equilibrava as emissões humanas e naturais, como as derivadas da produção agrícola ou de um vulcão, e regulava o aquecimento planetário. Com o desequilíbrio do ecossistema marinho e a diminuição da sua capacidade de absorver o gás carbônico presente na atmosfera, a concentração deste gás aumentará mais rapidamente que o previsto. A aceleração provocará um desequilíbrio ainda maior dos oceanos e uma diminuição da capacidade de regeneração de todo o ecossistema. É o que chamamos de efeito dominó, que ocorre após a ultrapassagem do limite de retorno, alertado desde 2000.
Não é possível prever em qual temperatura o clima irá se estabilisar, mas o IPCC, no capítulo 10 do Relatório 2007, já traça cenários inéditos para 2100 com temperaturas médias aumentadas de até 8 Celsius nas regiões árticas, o que pode significar eventos cada vez mais extremos.
Sem querer ser catastrofista, a coisa está ficando cada vez mais séria, e à muito curto prazo. A temporada de furacões deste ano ainda não provocou danos na costa no mar das Caraíbas, mas o vento quente espalha um incêndio fenomenal na Califórnia, queimando casas de ilustres atores hollywoodianos. (Veja Mike Davis (2000) Ecologia do medo).
Aqui em Montréal, onde a temperatura deveria estar entre 3 e 12 Celsius, há uma semana esta entre 12 e 24C positivos. Mesmo quem estava achando ótimo poder relaxar nos terraços em outubro está ficando assustado.
Se as cores permanecem mais tempo durante o ano, esta ilusão de vida significa um desequilíbrio global irreversível e muito, muito trabalho pela frente, se quisermos diminuir o sofrimento das gerações futuras... ou Halloween não será mais um dia de festa no calendário, com crianças vestidas de zumbis, esqueletos e bruxas marcando a substituição das belas cores de outono pelo cinza do inverno.

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Hipóteses de mudanças globais

2:40:00 PM


O aquecimento climático poderá mudar radicalmente o mapa do mundo.
O descongelamento da calota do oceano Artico abrirá uma nova rota maritima permanente, que facilitará as trocas comerciais no hemisfério Norte, entre os "paises frios".
O aquecimento climático permitirá a extraçao de reservas mineirais até entao protegidas pelo frio e a agricultura poderá se expandir sobre imensas áreas de solo anteriormente congeladas mesmo durante o verão.
Se a economia dos "países quentes" e emergentes cair em desgraça, é provável que o eixo geopolítico se concentrará em torno do Artico, deixando a Africa, a India, o Brasil e todos os países intertropicais ainda mais à margem do que estão.

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Zeladoria urbana?

10:00:00 AM

A inserção no planejamento territorial da estratégia das áreas sub-urbanas objetivou, entre outras, proteger aos indivíduos e suas famílias da pressão exercida pela pobreza no meio urbano. No entanto, esta estratégia social, não foi uma experiência única na história. Esse lugares distantes, rodeados da áurea do ar puro e do lazer permanente, são de certa forma uma retomada de outros períodos na história social da humanidade, na qual as cidades apareciam como espaços nefastos ao Homem.
Lembro de uma poesia, repetida inúmeras vezes, de autoria do agostiniano Fray Luis De León (1527-1591) que escrevera “... qué descansada vida la que huye del mundanal ruído”. De fato, a prosa se destinava aos ouvidos de certos grupos sociais que não mais viam nas cidades a segurança necessária aos seus passeios pelos jardins depois do jantar.
A cidade, em meados do século XIX, era um reflexo do dinamismo e exploração do homem pelo homem, certamente de uma janela escura de casa, Dickens, ouvia os apitos da fábrica e as fumaças que cobriam Londres, e sentia cotidianamente o mais de um milhão e meio de habitantes, que nela se amontoavam.
Do outro lado do atlântico, a imagem da cidade, pode ser recuperada no filme de Martin Scorsese, Gangues de Nova York, que conta a história dessa cidade no século XIX (1846-1863), do jornalista Herbert Asbury.
Assim, poderíamos continuar a recuperar numeras imagens de cidades, as mais recentes foram os protestos em diferentes cidades da França.
Porém, toda este percurso é para podermos introduzir uma reflexão a respeito do conteúdo de um texto publicado em 15 de outubro de 2007, na página E2, da Folha de São Paulo, escrito por Mônica Bergamo, no qual aparece o relato de um conflito que acontece no bairro “os Jardins” de São Paulo.
Nesse conflito estão envolvidos duas pessoas, que durante um tempo tiveram interesses comuns, qual era de montar um “sistema de comunicação que integraria vigilantes, câmeras e viaturas da região” denominando o projeto de “Zeladoria Urbana”. Nesse sistema os “moradores de 1.800 residências contribuiriam com R$ 250,00 mensais”, totalizando R$ 450.000,00.
Dinheiro significativo!. Se comparado com os montantes investidos no sistema de segurança público.
Certamente, o argumento para tal investimento, privado, está em razão das contínuas manchetes na qual o referido bairro paulistano tem aparecido. O rolex de um comunicador é o mais recente.
Mas, este fato de percepção da violência e ação para combate-la, não é isolado, pois um estudo realizado pela Folha denominado “Tabulação de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE – 2003”, aponta que “as famílias com nível de gasto maior, correspondem também ao maior percentual de pessoas que reclamaram de problemas de violência e vandalismo em sua área de residência”. Uma atitude que, segundo os resultados do referido estudo, os mais pobres não tem.
Esta percepção da violência, certamente está associada com o fato, da ampliação e multiplicação dos bairros sub-urbanos, bem como na montagem da Zeladoria Urbana. No entanto, poucos optaram por trabalhar na direção de programas de desenvolvimento urbano no interior das próprias cidades, a fim de mudar a realidade que nelas se vive.

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Luz!

domingo, outubro 21, 2007 10:40:00 AM

Deu no Solda

Mural da História
A 1ª lâmpada elétrica. Em 21 de outubro de 1879, Thomas Edison inventou a primeira lâmpada elétrica, feita com filamento de carvão, que ficou acesa por 45 horas. Sua invenção vinha de seu desejo de fazer pequenas lâmpadas que pudessem ser usadas no lar, como um substituto do gás, principal meio de iluminação naquele tempo

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Carl Sagan

sábado, outubro 20, 2007 12:41:00 PM

Quem não o leu ainda não sabe o que está perdendo!

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Paraty

12:38:00 PM

Enviada pela raquel, aluna do Curso de Ciências Biológicas da UEM

Bioforma...

12:36:00 PM

Foto sem crédito

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Mitos urbanos: As raízes das árvores na cidade

11:09:00 AM

Muitas vezes ouvi a pergunta: “Professor, isso de plantar árvores no novo centro, isso não é possível, pois as raízes das árvores destruiriam tudo?” Assim, para melhor entender o problema das raízes terminei encontrando um senhor, cuja profissão é "destocador" e perguntei então para ele "Qual era a profundidade das raízes das árvores plantadas na via do passeio público? A resposta é este documentário.
Mitos urbanos: As raízes das árvores na cidade

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Observatório divulga vencedores de concurso e abre exposição

sexta-feira, outubro 19, 2007 5:09:00 PM

Foi aberta, nesta sexta-feira (19), no Museu da Bacia do Paraná, câmpus da Universidade Estadual de Maringá, a exposição do Observatório Ambiental (projeto de extensão da UEM) referente aos ipês floridos de Maringá. O evento termina no dia 31 deste mês.
Durante a solenidade foram divulgados os vencedores do concurso fotográfico “Ipês Floridos de Maringá”.


Exposicao Ipes Floridos


São eles: Ailton Soares dos Santos (1º lugar), Celso Ikedo (2º lugar), Maria Aparecida Rosa (3º lugar) e Priscilla Cristina Georg (4º lugar).
Os visitantes poderão ver também, no Museu, a exposição com as fotografias da história urbana de Maringá, na qual se destacam as imagens das árvores na história da paisagem da cidade.
São fotos em preto e branco. O trabalho foi produzido pelo Observatório Ambiental em parceria com o Instituto Cultural Memória Paraná.
Sendo que o evento do concurso fotográfico foi organizado em parceria entre Observatório Ambiental, Instituto da Árvore e Revista M9.
Na fotografia estão também o Jornalista Sr. Angelo Rigon e o Professor Dr. Jorge Villalobos .
Fonte: Assessoria de Comuinicação Social - UEM. Fotografia: SR. Heitor Marcon

Tombamento. O que é? Qual a finalidade? Como se faz?

8:10:00 AM

Nos últimos meses, provavelmente por conta do processo de tombo e demais circunstâncias envolvendo a antiga Estação Rodoviária “Américo Dias Ferraz” muito foi dito e ainda está sendo comentado a respeito dos temas: patrimônio histórico, tombamento, bens culturais, história, memória, preservação etc.

Pensando nisto, resolvi escrever este artigo para discorrer a respeito de alguns tópicos que envolvem a figura do tombamento, texto que é apenas uma introdução acerca da complexidade desta questão e do importante papel que as comissões de preservação do patrimônio cultural têm a desempenhar nestes processos que visam salvaguardar o patrimônio cultural de um país, de um estado ou de uma cidade.

O tombamento é um ato definido em lei, estabelecido como instrumento de preservação dos bens culturais na Constituição Federal, nas Constituições dos diversos Estados do Brasil, em leis municipais e também regulamentado pelas cartas Patrimoniais que são resultado de diretrizes estabelecidas nacional e internacionalmente a fim de definir políticas que regulem a preservação da vastidão de bens culturais de diferentes nações. Também há discussões e a definição em torno da preservação do patrimônio histórico no plano diretor das diversas cidades do Brasil, no plano diretor de nossa cidade há também esta determinação.

Mas, o que são bens culturais? Na obra “O que é patrimônio Histórico?”, de autoria de Carlos Lemos, um livro básico e que oferece excelentes noções acerca da questão, define-se a amplitude do conceito bens culturais:

“Nem só de cidades e monumentos é formado o patrimônio histórico: quadros, livros ou mesmo fotografias que documentam a memória e os costumes de uma época também fazem parte do acervo cultural e artístico. Devem ser preservados”.

A Constituição Federal e a dos diversos estados brasileiros, as leis municipais, bem como as cartas patrimoniais definem como patrimônio cultural o conjunto de bens materiais e imateriais que possuam valor histórico, social, artístico, arquitetônico, paisagístico, arqueológico.

De modo que guardado os devidos cuidados de análise e respeitando os critérios definidos nas leis, pode-se afirmar que quase tudo pode vir a ser um bem cultural, por exemplo: uma senzala, uma igreja, uma praça, uma rua, um bairro, um livro, uma fotografia, uma quadro, uma certidão de nascimento, uma partitura de música, uma carroça, um prédio, um casarão, uma reserva florestal etc.

A lista seria ampla e com grande diversidade na natureza dos bens, isto sem falar nos bens de valor imaterial, isto é aqueles que não tem uma existência material, como por exemplo: as lendas, o folclore, as festas populares, os rituais de uma tribo, a culinária e outros, mas que fazem parte do acervo cultural por manifestarem as técnicas desenvolvidas, as capacidades, o desenvolvimento, o conhecimento adquirido, o modo de ser, de crer, de ver o mundo, de pensar e de sentir, tudo isto em uma variedade situada em diferentes culturas, tempos e espaços.

Um processo de tombamento tem origem quando um grupo de pessoas, um indivíduo ou próprio poder público entrem com uma solicitação junto às autoridades constituídas para que se realizem estudos com vistas a deliberar sobre a necessidade da inclusão de um bem material e ou imaterial na categoria de pertencente ao patrimônio cultural, sendo necessário o tombamento para que sua permanência seja assegurada.

Os processos de tombo são conduzidos por Comissões de Preservação do Patrimônio Cultural organizados no nível federal, estadual ou municipal, tais órgãos são os “braços” da lei, pois é através de suas deliberações que a preservação do patrimônio cultural é feita.

As comissões são presididas pela administração pública, em geral pelos secretários de cultura. A definição dos setores e segmentos sociais que terão representação na comissão quase sempre resulta de uma escolha por parte da administração municipal. Integram como membros, os representantes destes setores definidos e que também possuam afinidades com a questão cultural, por exemplo: universidades, associações de pioneiros, museus, organizações não-governamentais etc. Além destes representantes da sociedade civil, o quadro é composto também por membros que são indicados pela própria administração através de decretos.

A função das comissões é realizar estudos, emitir pareceres e apontar deliberações em relação aos processos de tombo que forem abertos. O trabalho, as discussões, as ações e decisões das comissões devem ser conduzidos de forma que se possa fazer uma análise que defina se os bens em estudo são adequados ou não aos critérios definidos nas leis patrimoniais, nas constituições e leis municipais, isto, para que em tendo valor histórico-cultural sejam preservados através de um ato de tombo.

O papel das comissões e de seus membros nos processos de tombamento deve ser ímpar, isto significa que precisa ocorrer uma análise que saia do senso comum, quero dizer, que tenham posturas criteriosas em acordo aos parâmetros culturais apontados nas leis. Para atender a este fim as comissões devem ser compostas exclusivamente por pessoas que tenham formação especial para trabalhar com a questão da preservação: historiadores, antropólogos, geógrafos, sociólogos, museólogos, artistas, arquitetos.

Um processo de tombamento é um procedimento bastante complexo que inclui além de estudos específicos que visem auferir o valor histórico-cultural de um bem, o cumprimento de etapas burocráticas que devem ser cumpridas, pois estão definidas nas leis reguladoras do patrimônio histórico-cultural.

A abertura de um processo somente se dá após feita notificação oficial ao proprietário do bem, este ato inicial não significa que o tombamento já é uma realidade, com esta medida o bem que é alvo de um processo de tombo fica sob proteção da lei, não podendo sofrer qualquer tipo de intervenção até que os estudos estejam concluídos, é uma medida preventiva.

O próximo passo é a convocação da comissão de patrimônio histórico a fim de que se organizem procedimentos com vistas à realização de vários estudos e levantamentos de documentos que possam dar subsídios para futuras deliberações. As etapas a serem cumpridas dependem do tipo de bem, mas basicamente devem ser realizados estudos sobre o significado histórico, identificação do valor de memória, relevância arquitetônica, valor paisagístico etc.

Outra parte do processo, é a consulta de especialistas, relevante principalmente quando o objeto de preservação a ser estudado necessite de obras de restauro, um restaurador tem o papel de emitir um laudo sobre as possibilidades de restauração que em muitas ocasiões acaba sendo necessário em virtude das péssimas condições do bem.

Os diversos estudos, a coleta de documentos e a consulta a especialistas vão servir para a elaboração de uma espécie de dossiê do caso. Em posse disto, faz-se uma proposta pelo tombamento ou não, ou seja, elabora-se um parecer justificado com indicação dos destinos do bem e é neste parecer que os membros votarão.

O resultado da votação dará a posição da comissão, e em sendo tombado a comissão terá que fazer as especificações do tombo, se parcial se integral, enfim quais elementos deverão ser preservados, quais podem ser alterados, principalmente se o bem for um imóvel.

Após essa primeira decisão os proprietários do bem e a comunidade devem ser oficialmente comunicados da decisão da comissão, isto é uma medida legal, pois as deliberações podem ser legalmente contestadas por qualquer membro da sociedade. Em havendo contestação, a pessoa que o faz deverá apresentar as razões, o processo então é novamente enviado para a Comissão que fará uma nova análise e emitirá um novo parecer ou manterá o anterior.

Por todas estas razões, um processo de tombo não é simples e rápido, o cumprimento das etapas legais (informar a sociedade e proprietários da abertura de tombo), a execução de todos os estudos, a elaboração de laudos, a elaboração do parecer, a votação, a notificação da decisão, o prazo que os interessados possuem para recorrer, enfim, todos esses procedimentos levam um tempo considerável.
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As comissões precisam dar uma resposta à sociedade e aos proprietários de bens que são alvo de estudos, mas um processo de tombamento precisa cumprir etapas, de modo que os procedimentos não podem ser adequadamente realizados em pouco tempo, não é uma questão de dias. Somente para dar alguns exemplos: a Comissão Estadual de Patrimônio Histórico deliberou pelo tombo do Hotel Bandeirantes após estudar o caso do mês de março de 2004 até novembro de 2004, os estudos da Comissão de Patrimônio Histórico de Maringá (gestão 2001-2004) que resultaram no tombo do prédio da CMNP foram realizados do período de agosto à novembro de 2004.

Assunto complicado é a questão do tombamento. Difícil? Sim, sem dúvida e por isto mesmo deve ser feito com boa dose de cautela, muito planejamento e principalmente norteado e executado tão somente pelos critérios já definidos nas diversas leis que regulamentam a questão, pois, em meio aos vários interesses e entendimentos de ordem econômica, política, utilitarista e pragmática que se apresentam no decorrer de um processo de tombamento e que tentam impedi-lo de ser feito, é preciso que as comissões de preservação do patrimônio cultural cumpram o papel que lhes cabe que é o de pensar a questão da preservação exclusivamente pelo viés da história, da memória, da identidade, da cultura. O outro viés, aquele que discursa em age contra a preservação dos bens culturais, já há muitos que o pensem e arduamente o defendam.

Jacaranda florido

quinta-feira, outubro 18, 2007 10:52:00 PM

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A paisagem da rodoviária ficou embelezada pelas flores de um jacarandá. A Natureza continua sendo a mãe de todas as coisas.
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Aquecimento global para quem pode?

7:53:00 PM

aquecimento para quem pode
Sabemos que o aquecimento global é de fato a principal ameaça à vida. Este fenômeno climático está associado com o aumento da temperatura média da superfície terrestre. Sendo, que todas as análises, são conclusivas ao dizer que essa mudança não afetará de forma igualitária as pessoas e os territórios. Que dentre os que devem sofrer mais, com o impacto das mudanças climáticas, estão os idosos, crianças e principalmente as pessoas que “vivem” abaixo da línea da pobreza.
Porém, o aumento nas vendas de piscinas e as novas lojas que ocupam a avenida Colombo, em Maringá, são um bom exemplo, de como uma parte da população, se está preparando para o aquecimento global.


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Planejamento territorial com base em cenários

quarta-feira, outubro 17, 2007 8:05:00 AM

O estudo de Craig Meisner e Uwe Deichmann, que resulta da análise territorial, usando indicadores relacionados com mudanças globais e energia, produziu um conjunto de cenários prováveis para que os países se fundamentem no debate dos tratados internacionais que regulam as emissões de carbono.
Os países classificados, segundo essa metodologia, mostram claramente diferenças que determinam prováveis posições nas negociações, bem como assinalam perspectivas nas negociações de um protocolo mundial de emissões de carbono. O estudo assinala também, que provavelmente, devam existir mecanismos que reflitam indenizações e subsídios cruzados, considerando assim as dimensões de vulnerabilidade contidas no estudo.

As diferenças regionais, das condições de vulnerabilidade humana aos eventos meteorológicas, também são analisados, dizendo que os índices sugerem impactos significativos para Sul e Leste da Ásia, índices mais baixos para a região de África Sub-Sahariana, da América Latina e do Caribe, e relativamente um menor impacto no Oriente Médio, Norte de África, Ásia Central, e os países desenvolvidos.

No entanto, existem importantes áreas, dessas regiões, que têm extrema vulnerabilidade em relação à média regional, incluindo nisso a Bangladesh, Etiópia, Honduras, o Irão, Moçambique e Sudão.
O cenário resultante, do estudo, mostra um grande potencial de uso renovável de energia em relação ao uso atual, isto em muitos países em desenvolvimento, nomeadamente em África, ainda não dependentes de um uso intenso de carbono em seus sistemas energéticos.
O interessante desse estudo é que considera a grandes países, como a Rússia, Brasil e Argentina como tendo uma margem significativa para a expansão de fontes alternativas de energia. E conclui que embora os países tenham diferentes desafios, nas negociações referente a mudança climática, os desafios globais são muito mais claros e positivos. A actual avaliação das energias alternativas renováveis sugere que a comunidade mundial pode tirar boas lições sobre as energias limpas e assim facilitar a transição para uma sustentabilidade global.


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Imagens novas e política

terça-feira, outubro 16, 2007 9:02:00 AM

Muitas pessoas estão gostando da nova direção que toma a campanha política, especificamente, a propaganda eleitoral gratuita, que a cada certo tempo ocupa de forma legal os mais caros minutos da televisão mundial.
Desta vez, na estréia, está o programa dos DEM ou Democratas, os mesmo que ontem estavam representados na sigla Partido da Frente Liberal. Nome esse que foi ficando obsoleto, antigo, anacrônico, uma vez que no próprio processo histórico o termo frente se contradiz com a de partido político. Mas, curioso é constatar que as mudanças de nome na sigla, parecem não acompanhar as mudanças no programa e nas estratégias políticas. Porém, isto não se aplica na produção da imagem do conjunto partidário, uma vez que para tal foi contratada a empresa de Paula Lavigne, que figura entre as cinco maiores produtoras do Brasil e conhecida pelos filmes “2 filhos de Francisco”, “O Coronel e o Lobisomem” e “Meu Tio Matou um Cara”.
A presença de uma produtora, com experiência no cinema, aportou aos programas eleitorais novos desafios e um patamar “nunca antes visto na história deste pais”, certamente um ar de roteiro de cinema e a criatividade dos conhecidos efeitos especiais.
Com essa estratégia do DEM, as imagens dos políticos tradicionais adquirem novos ares, porém o conteúdo continua a ser em preto e branco.
A grande vantagem disto é que os produtores de cinema começam a abrir um novo nicho de trabalho, e alguns políticos já estão começando a sonhar de Indiana Jones, ou, Tarzan.
Estava esquecendo, claro não podia faltar sonhando com o Oscar dos efeitos especiais.

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A correlação

segunda-feira, outubro 15, 2007 10:17:00 PM

Dado um conjunto de dados referentes as características dos Poços Tubulares Profundos (PTB´s), ou seja, variáveis de um mesmo fenômeno, podemos realizar a comparação entre os valores apresentados nas colunas e procurar entre eles uma relação no seu comportamento. Bem como, determinar a intensidade dessa relação e buscar nesses resultados argumentos fundamentados numa teoria-lei.
È importante entender que denominamos correlação ao estudo das inter-relações entre variáveis e que quando trabalhamos determinada variável em função de outras, estamos desenvolvendo um estudo de regressão.
Para desenvolver nosso objetivo utilizaremos os dados completos da Tabela que compõem o estudo dos PTB´s.
Na nossa série é possível encontrar diferentes tipos de conectividades. As do tipo causal, na qual os dados da coluna C e E estão relacionados estreitamente. Também podemos constatar uma conectividade tipo funcional, que é quando o comportamento de uma variável é em função da outra variável. Além dos tipos de resultados independentes e indeterminados.
A correlação, como dizíamos, permite indicar o grau de intensidade com a qual se relacionam duas ou mais variáveis de um mesmo fenômeno. Essa relação pode ser definida como negativa ou inversa que é quando uma variável aumenta e a outra diminui, ou positiva quando ambas aumentam ou diminuem conjuntamente. O valores obtidos na operação variam entre –1, correlação negativa ou inversa e +1 correlação positiva ou direta. Quando o resultado é 0 significa que no existe conectividade entre as variáveis. (ver exemplo)
O calculo da correlação pode ser realizado por meio de diferentes técnicas, sendo as mais difundidas a do tipo qualitativo da representação gráfica ou diagrama de dispersão e a do tipo quantitativa do coeficiente de correlação, produto-momento, de Pearson.

Um diagrama de dispersão pode ser construído com a relação da variável "topo do lençol freático" e "cota topográfica", ou, "profundidade do solo" e "cota topográfica", bem como "volume da vazão" e "profundidade do PTB´s".
Na elaboração do gráfico utilizamos a distribuição dos dados em um sistema cartesiano (x,y), através da posição do par de valores das variáveis. Uma vez que todos os valores estão distribuídos no gráfico, podemos analisar visualmente a distribuição.
A variavel independente é representada no eixo horizontal X e a variável dependente é represantada no eixo vertical Y.
Se a distribuição se caracteriza por apresentar uma linha ascendente diremos que existe uma correlação forte positiva, caso seja descendente diremos que existe uma correlação forte negativa e quando os pontos não se distribuem em torno de uma línea descendente ou ascendente diremos que não apresentam correlação. Um exemplo disto pode ser obtido no trabalho de Craig Meisner e Uwe Deichmann, publicado na revista Sustainable Urban and Rural Development.


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Visita nobre em maringá

3:50:00 PM

Lembram do livro de Saint Exupéry “Le Petit Prince” aquele na qual é narrada a história de um piloto de aviação que sofre um acidente e cai no deserto, encontrando um garoto que mora no asteróide B-612, e cuja maior preocupação são as árvores que poderiam vir a destruir o seu planeta. (Ver Mitos urbanos)
Pois bem, neste final de semana encontrei caminhando pela cidade de Maringá, a nada menos que o Pequeno Príncipe e tive a oportunidade de fazer uma fotografia dele, quando ele constatava a eficiência da derrubada da floresta urbana da cidade, tida antigamente como a mais arborizada do Brasil.
arvore cortada_principe_procura-cortador
Aproveitei também para fazer umas perguntas ao tão ilustre visitante e vocês não imaginam as respostas.
Ele me disse que havia lido num blog, que nesta cidade estavam derrubando todas as árvores do passeio público e que, inclusive, inauguravam avenidas sem árvores, para as pessoas caminharem por elas. Que depois de ler a matéria, ficou curioso por saber como era isso numa região tropical e num planeta que estava aquecendo.
Então perguntei, se o objetivo da sua visita era para fazer turismo na cidade?

-. Não, a minha visita é para contratar a empresa que derruba as árvores em Maringá, pois desejo fazer um contrato com ela para trabalhar no asteróide B-612. Lá não é necessário licitação e concorrência, o contrato é por carta convite.

Me explicou que havia desistido dos carneiros para comer os baobás, uma vez que eles haviam ficado enojados de comer sempre a mesma coisa. Assim, como havia lido no blog que a derrubada das árvores acontecia durante todos os dias e com grande eficiência, decidiu vir até Maringá para conferir. Sendo que depois de percorrer inúmeras ruas e avenidas da cidade se convenceu que podia substituir os carneiros pela tão eficiente empresa que atua em Maringá.


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Sites sobre habitação saudável e sustentável

12:58:00 PM

Reproduzo os sites listados no suplemento La maison saine da revista La Maison du 21e siécle de Outono 2007

Moveis reciclados e recriados
www.meubleshochelaga.com

Produtos de limpeza biológicos e biodegradáveis
www.ecocert.com/-Detergence-.html

Energia solar e eólica
www.cmhc-schl.gc.ca/fr/prin/dedu/maeq/index.cfm
http://oee.nrcan.gc.ca/r-2000/français/français.html


Concreto verde
www.calsifrit.com
www.ecosmart.ca
www.ciment.ca
www.lafargenorthamerica.com
www.stlawrencecement.com
www.studionmma.ca
www.geoswan.com clicar sobre MgO cement-fiber

Piso de concreto densificado e polido
www.retroplatessystem.com

Impermeabilisante ecológico
www.hycrete.com

Caixaria de madeira mineralizada
www.durisolbuild.com

Materiais de construçao para pessoas hipersensíveis
www.schl.ca
www.safelivingtechnologies.ca

Sobre o problema da gaiola de Faraday provocado pela armadura de concreto
www.fr.wikipedia.org/wiki/Cage_de_Faraday
Video sobre a gaiolda de Faraday www.mikeholt.com/HighPowerJobVideo.php

Arquitetos com preocupaçao ecologica
www.pthibault.com

Tapetes e carpets nao toxicos
www.carpet-rug.org
www.healthyflooring.org

Conselhos para a limpeza segura de tapetes e carpets
www.envirodesic.com

Arquitetura ecologica
www.buildinggreen.com
www.bio-espaces.com

Arquitetura biológica
www.bau-biologieusa.com
www.baubiologie.de/site/english.php

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Privado ou público?

domingo, outubro 14, 2007 11:37:00 AM

Foto de Lennart Nilsson ,
Com o cordão no pescoço
Pesquisadores criticam bancos privados de células-tronco de cordão umbilical

Imagem de embrião humano feita pelo fotógrafo sueco Lennart Nilsson para um programa de TV norte-americano
EDUARDO GERAQUE, DA REPORTAGEM LOCAL Folha de São Paulo

Assim como aplicar na bolsa de valores tem o seu risco, guardar as células-tronco do cordão umbilical de uma criança que acaba de nascer não significa fazer um seguro de vida, necessariamente. Entre o marketing agressivo de boa parte dos bancos privados de células de cordão e a opinião de alguns cientistas ouvidos pela Folha, existe uma distância abissal, que nem sempre é informada aos potenciais clientes."Claro que, se uma pessoa quiser armazenar sangue de cordão umbilical para uso exclusivo de seu próprio filho em bancos privados, ela pode, pois vivemos em uma democracia. Mas também é direito do cidadão que está pagando (caro) por esse serviço receber todas as informações", diz Patrícia Pranke, pesquisadora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), especialista em células-tronco.
As células-tronco de cordão umbilical são pluripotentes, ou seja, elas têm a capacidade de se diferenciar (converter) em uma série de tecidos diferentes do organismo. Isso é útil, por exemplo, em casos de leucemia: em vez de um transplante de medula óssea, o paciente faria uma espécie de "autotransplante" com as células-tronco do próprio cordão umbilical, que passariam a produzir células sangüíneas no lugar da medula danificada.
"A probabilidade de uma pessoa necessitar de um transplante usando o próprio sangue de cordão é de aproximadamente uma em 20 mil, durante os primeiros 20 anos de vida." Após essa idade, usar o próprio sangue passa a ser mais complicado ainda, por causa do volume de células que são coletadas no momento do parto, segundo Pranke. "E, mesmo se o volume coletado for suficiente, quem garante que aquele sangue poderá ser usado 20, 30 ou 40 anos depois?", indaga."A dose de certeza [de que essas células poderão ser usadas depois de décadas] é quase absoluta", rebate o presidente da empresa Cord Cell, o médico Adelson Alves. "As modernas técnicas de congelamento que existem hoje preservam as células por tempo ilimitado."Números médios do mercado mostram que um casal interessado em guardar as células do seu bebê deverá desembolsar aproximadamente R$ 4 mil pela coleta e mais R$ 600 por ano de manutenção."Hoje nós temos 2 mil amostras aproximadamente, em dez anos de vida", explica Alves. O banco que ele preside fez até hoje quatro transplantes, todos para leucemia. Três com material do próprio paciente e um com material celular do irmão, apesar de existir uma norma governamental que proíbe esse tipo de procedimento -que pode ser aprovado, entretanto, por decisão judicial.
Repartindo o prejuízo
Vários pesquisadores, como Pranke e Mayana Zatz, da USP, afirmam que o melhor seria depositar as células de cordão em bancos públicos, que funcionariam como hemocentros. O risco individual de pagar uma fortuna e não poder usar as células depois seria, assim, anulado. E, com uma quantidade grande de material depositado, no futuro todo mundo teria células compatíveis para transplante.
Para o pesquisador da Fiocruz da Bahia Ricardo Ribeiro dos Santos, que também é um dos coordenadores científicos da Cord Cell, a polêmica sobre a inutilidade dos bancos privados de cordão umbilical não tem nenhuma razão de ser.
"Essa polêmica é baseada em uma ignorância", afirma. Segundo Santos, o que degenerou a imagem das empresas é que muitas "têm uma constituição quase de sorveteria: congela, guarda e faz uma propaganda na mídia".
Para o pesquisador baiano, guardar células do cordão pode ser considerado um seguro de vida, sim. "As novas perspectivas mostram que poderemos cultivar, expandir as células. Poderemos recuperar tudo isso [informação do material celular] que está guardado. Estamos muito próximos disso.
"Para Pranke, outros problemas precisam ser informados ao paciente quando o banco privado de cordão umbilical bate à porta dos futuros pais."No caso de doenças genéticas, por exemplo, o sangue da própria criança não pode ser usado nela mesma. E, quando não for esse caso, a pessoa pode usar simplesmente as células de sua própria medula, não necessitando procurar doador de cordão", explica Pranke.
Segundo Zatz, hoje, só é possível falar em tratamento efetivo no caso de doenças de medula óssea. A pesquisadora gosta de dizer que seria muito mais útil para o futuro bebê que o dinheiro usado para guardar as células do cordão dele fosse colocado em uma aplicação, para que ele pudesse resgatar tudo no início da vida adulta.A imagem da bolsa de valores, portanto, não deixa de ser algo ilustrativa.

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Covardia

11:30:00 AM

Moa

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Bioforma

11:29:00 AM


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E la tierra se va...

11:26:00 AM



Cau Gomes

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Existe o GENE?

11:21:00 AM


Por Marcelo Leite, Folha de São Paulo

O gene, a cruz e a espada
Não pára mais de pé o Dogma Central formulado por Francis Crick
Quem acompanha esta coluna há tempos sabe que um de seus alvos prediletos é o determinismo genético, a crença muito difundida de que nos genes se encontra a causa de tudo que nos define e aflige. Por certa fadiga, o tema vinha sendo negligenciado nos últimos meses, mas agora o biólogo Charbel Niño El-Hani fornece bom pretexto -um excelente pretexto- para voltar ao assunto.Não é todos os dias que alguém se depara com um artigo alheio que lê como se fosse seu (ou, melhor dizendo, gostaria que fosse).
Trata-se de "Entre a Cruz e a Espada: A Crise do Conceito de Gene", publicado em inglês por El-Hani no periódico "Genetics and Molecular Biology" (vol. 30, págs. 297-307), da Sociedade Brasileira de Genética (há versão eletrônica em http://www.scielo.br/).
O título trouxe à memória, de imediato, o comentário "Seqüenciamento Abala Noção de Gene", que saiu na Folha de 12 de fevereiro de 2001. Para quem não recorda, quase sete anos depois, nessa data foram editados dois artigos históricos sobre a soletração do genoma humano, nos periódicos "Nature" e "Science". Com grande fanfarra, manchetes no mundo todo, edições especiais -e algum ceticismo, mas localizado. A tese central é a mesma: os próprios resultados empíricos obtidos no curso da pesquisa genômica tornam mais e mais insustentável o determinismo genético que campeia por aí. E não só entre leigos, ignorantes ou jornalistas, diga-se, mas também na retórica empregada por luminares da área. Quem duvidar que leia qualquer coisa da lavra de James Watson, co-descobridor da estrutura de hélice dupla do DNA, ícone do gene como origem e destino de tudo. Vários exemplos são compilados no livro "Promessas do Genoma" (Ed. Unesp), mencionado no pé desta coluna. Aliás, cerca de um quinto da bibliografia no artigo de El-Hani coincide com a desse livro, mais um testemunho da convergência de pontos de vista. São, em geral, nomes dos quais não se ouve falar muito nas escolas e laboratórios de biologia -infelizmente: William Gelbart, Lily Kay, Evelyn Fox Keller, Lenny Moss, Eva Neumann-Held, Sahotra Sarkar e Richard Strohman, entre outros. Toda essa gente está preocupada com o futuro da noção de gene. Em seu conceito clássico, que mistura a noção de unidade hereditária discreta legada por Gregor Mendel (1822-1884) com a de unidade estrutural/funcional do genoma, o gene se dissolveu em meio à complexidade constatada na organização do próprio genoma. Há muita informação crucial para a célula e o organismo, hoje se sabe, que não se encontra nos genes, mas noutros trechos de DNA (antes menosprezados como "DNA-lixo"), no RNA, nas proteínas. Por outro lado, a informação contida nos genes pode resultar em produtos e efeitos diversos, conforme o contexto e o estado celular em que for mobilizada.
Não pára mais de pé o Dogma Central formulado por Francis Crick (1916-2004) em 1958, cinco anos depois de desvendar a estrutura do DNA com Watson: a informação passa do DNA para o RNA e deste para a proteína, nunca no sentido inverso. Qualquer biólogo molecular sabe disso, atualmente, mas quantos pesquisadores se preocupam em desfazer a noção determinista de gene inculcada no público em décadas e décadas de dogmatismo? Poucos. El-Hani é um dos raros, e o faz com apuro e elegância, compondo um artigo fino de teoria biológica. Deveria ser traduzido para o português e entregue a todo aluno que entrar em um curso de biologia.

MARCELO LEITE é autor de "Promessas do Genoma" (Editora da Unesp, 2007) e de "Clones Demais" e "O Resgate das Cobaias", da série de ficção infanto-juvenil Ciência em Dia (Editora Ática, 2007). Blog: Ciência em Dia (http://www.cienciaemdia.zip.net/). E-mail: cienciaemdia@uol.com.br

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Natureza e tecnologia

sábado, outubro 13, 2007 5:40:00 PM

Foto: por Jason Ortega Folha de São Paulo, UOL
Adesivo reutilizável imita física da pata de perereca
Cientistas indianos criam superaderente que cola e desgruda com facilidade
Reproduzindo estruturas microscópicas da pele dos anfíbios, pesquisadores projetaram "cola reciclável" 30 vezes mais potente


Habilidade natural de pererecas inspirou grupo de engenheiros
RICARDO BONALUME NETO
Já tentou entender como fazem as lagartixas para andarem pelo teto de cabeça para baixo? Três pesquisadores na Índia foram além da curiosidade e criaram uma tecnologia de adesivos que imita as aptidões de lagartixas, pererecas e insetos capazes de aderir a superfícies bem variadas, do vidro de uma janela ao um galho de árvore.
Se há uma área na qual a natureza dá goleadas na tecnologia humana é a de adesivos. Uma lagartixa consegue ficar firmemente presa no teto, desafiando a gravidade, e em seguida dispara alucinadamente para capturar uma mosca. Uma formiga de cabeça para baixo consegue carregar cem vezes o seu próprio peso. Já as fitas adesivas humanas são grudentas, quase impossíveis de reutilizar e fáceis de serem poluídas e neutralizadas por materiais estranhos. Abhijit Majumder, Animangsu Ghatak e Ashutosh Sharma, do Instituto Indiano de Tecnologia, de Kanpur, Índia, se inspiraram nas "almofadas" dos pés das rãs e pererecas para produzir um adesivo forte e reutilizável.
O estudo está descrito na última edição da revista científica americana "Science" (http://www.sciencemag.org/)."Esses adesivos biológicos mostram alto poder adesivo, mas também podem ser destacados rapidamente e reusados sempre", escreveram os autores na revista americana. "Adesivos feitos pelo homem, sensíveis à pressão, não têm essas incríveis qualidades porque seu alto poder de adesão é derivado da sua viscoelasticidade."Em outras palavras, retirar uma fita adesiva de uma superfície é possível graças a falhas no adesivo que se espalham, como um vidro rachando a partir de um ponto de impacto. Mas isso faz a fita perder parte da sua capacidade de adesão.Já nas patas das pererecas existem padrões de canais microscópicos que conseguem conter a propagação das falhas.
Os cientistas procuraram imitar essa ação, em um típico estudo de "biomimetismo". E eles foram literalmente abaixo da superfície do problema.Segundo os indianos, estudos prévios davam ênfase à adesão principalmente como fenômeno de "interface" entre superfícies, portanto usaram camadas adesivas texturizadas e com superfície modificada.Eles demonstraram que canais microscópicos debaixo da superfície, cheios de ar ou de um fluido, também auxiliavam a adesão.
Os canais dos materiais estudados chegaram a aumentar multiplicar a adesão por cerca de 30, reduzindo a formação de falhas. E a combinação de canais com ar e outros fluidos ainda permite soltar o adesivo com mais facilidade -do mesmo modo como a lagartixa solta sua pata para dar o próximo e rápido passo.
Outros cientistas têm usado estruturas dos pés desses animais com outros objetivos -por exemplo, já existem pneus com padrões que lembram os das almofadadas das patas de pererecas, e as lagartixas já tinham inspirado robôs capazes de escalar que escalam paredes de vidro.

Um Nobel da Paz para desacomodar

sexta-feira, outubro 12, 2007 1:56:00 PM

Apesar da suspeita de que a premiação tenha o objetivo de incomodar a política republicana, a verdade é que este prêmio valoriza, de um lado, um político dedicado à causa ambientalista há mais de 20 anos, Al Gore, e de outro um organismo científico intergovernamental que pesquisa sobre as causas do aquecimento climático desde 2000, que é o IPCC. Se Al Gore ainda não se manifestou quanto ao seu interesse político, com a premiação ele obtem um poder de representação bem mais forte que a dupla Clinton. Sua candidatura à presidência poderá ser uma perspectiva interessante, mas, não a única nem a mais eficiente para a retenção do efeito estufa e para o engajamento dos EUA, da Austrália, da Nova Zelândia e de outros países para o cumprimento do Protocolo de Kyoto.
O que deveria incomodar neste prêmio é que ele chama a atenção para o relatório 2007 do IPCC que antecipa em 70 anos as previsões feitas para 2100. Segundo este relatório, o aquecimento global se acelera geométricamente. Se nossos projetos podiam se confortar com um caos transferido para a geraçao seguinte, é a geração quem tem hoje menos de 50 anos que tem que se virar para evitar o caos que bate à porta.

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Pinguins

10:34:00 AM

Que calor!

Bio indicadores

10:30:00 AM


Lindas formas. Os besouros são também bioindicadores da qualidade de uma mata. Quanto mais besouros em uma mata, mais saudável ela está.

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Apelando à_pela_da

quinta-feira, outubro 11, 2007 6:45:00 PM

bela_arvore
Nasce uma nova ativista? Ela que paralisou o Congresso Nacional, certamente deve conseguir paralisar o desflorestamento urbano na cidade de Maringá.
Apelei, confesso que apelei, pois nada consegue deter a derrubada insana da floresta urbana desta cidade.
Faz tempo, que somente conseguimos contabilizar os números das árvores que são cortadas de segunda a segunda, mas contar, elaborar estatísticas e relatórios das milhares de árvores, que já não mais produzem sombra e frescor, no passeio público, não resolve.
Apelei para incentivar a imaginação dos cortadores de mato, para que eles e seu chefes reflitam que a árvore é a vida.
Que ela migrou do mar e se fixou na Terra e que fez desta Terra o Paraíso e que então muito tempo depois veio o Homem e a Mulher, para povoar todos os lugares.
Porém, o povo que lidera a Terra deixou esquecidas as árvores que nos deram a vida.
Hoje, a nossa vida se extingue, lentamente, mesmo com toda a ciência disponível, não podemos deter as mudanças climáticas, o calor que sufoca aos idosos, as viroses que afetam aos jovens, a sede que mata os animais e que amanha sentiremos como seres humanos.
Do redesenho de um símbolo social para um símbolo que é a vida, nada mais justo que refletir: se fosse a árvore uma Mônica?
Ninguém a derrubaria, como ninguém a derrubou. Ela deu a volta por cima do preconceito e se libertou.
Mas as árvores, não tem esse corpo torneado, não falam sequer e não mostram as suas partes intimas, seus atributos, ou, os negócios escusos do poder.
A Natureza certamente foi justa, a cada um deu seu valor. Quanto então vale a vida de uma árvore que nos permitiu a vida e viu nascer e que provavelmente não verá os Homens morrer? .
Salve a Floresta Monica!

©® JUGV FACTORAMA 2007

Nobel de literatura abandonou a escola aos 13 anos

12:43:00 PM

Doris Lessing, filha de pais britânicos, nascida em 1919 na Pérsia, hoje Iran, mudou-se aos seis anos para a Rodésia, hoje Zimbabue, e abandonou a escola aos 13. Aos trinta, mudou-se definitivamente para a Grã-Bretanha, experiência que marca profundamente sua visão de mundo com uma perspectiva anti-racista.
Em 1950 ela publica seu primeiro livro, The grass is singing, cuja ação se desenrola na Rodésia. Nesta década ela se filia ao partido comunista e milita contra o armamento atômico, associando política, feminismo e antiracismo.
De 1956 à 1995, Doris Lessing é proibida de visitar a África do Sul por causa da sua crítica ao país e ao regime racista en vigor. A África, suas paisagens, seus habitantes constituem o motor e o pano de fundo de seus romances.

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Vigiar e punir. Poema ao poder disciplinador

quarta-feira, outubro 10, 2007 5:38:00 PM

É sobre isto que Benoît Dubreuil discutirá no CREUM. Abaixo uma traduçao do primeiro paragrafo do resumo que pode ser lido aqui.

"Durante anos, a teoria dos jogos se interroga como indivíduos racionais chegam a cooperar no jogo de contribuição pelo bem público ou dentro de dilemas sociais como o dilema do encarcerado. Com o passar dos últimos anos, a economia experimental permitiu de estabelecer que a motivação à punição dos comportamentos oportunistas exerciam um papel central no desenvolvimento e manutenção da cooperação."

Este texto parece contestar a crítica anarquista do poder do estado sobre o indivíduo, em nome de um mesmo valor: a cooperação. Nao se trata de defender um estado comunista ou capitalista mas de propor a cooperação como base da construção do bem estar social. Neste sentido, nao é contra a hierarquia de estado que o anarquismo protesta, mas contra a promoção da desigualdade e da competição sociale como valor.

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Como prever o futuro utilisando fotos aéreas e de satélite

2:30:00 PM

O artigo de Baca, Coelho e Menezes sobre a Floresta da Tijuca, no Rio, mostra como prever científicamente o futuro da maior floresta urbana do mundo. Utilisando fotos aéreas de anos anteriores, é possível modelizar a destruição da mata e de prever sua evolução nas décadas futuras, se nenhuma medida de proteção for tomada. Infelizmente, os cenários previstos não são tão maravilhosos como canta a famosa marchinha do Rio... "cidade maravilhosa, cheia de encantos mil." A tese completa com mapas pode ser baixada aqui.
O mesmo exercício poderia ser feito sobre as áreas verdes da aglomeração Paiçandu, Maringá e Sarandi, utilizando as fotos aéreas das décadas passadas e uma foto de satélite recente. É possível ainda associar dois modelos o da urbanização e o do desflorestamento para prever o cenário que espera nossos filhos e netos em 2030, 2050 e 2100. Os nossos herdeiros poderão ainda chamar esta cidade de cidade-sorriso, cidade-canção ou cidade-jardim, ou o futuro deles está fadado ao choro e ranger de dentes apocalíptico?
As medidas que tomamos hoje, não apenas por um planejamento ambiental urbano sustentável, mas também em prol da educação, da justiça social, do trabalho e da saúde são determinantes e indicadores deste futuro.

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Tendência ou direção geral d e uma série

1:55:00 PM

As séries temporais são um conjunto de observações a respeito de um fenômeno. Segundo Murray (1979) essas observações são tomadas em tempos determinados e regularmente em intervalos iguais. Sendo que os dados dos fenômenos podem apresentar os seguintes componentes:
A.- tendências ou direção geral da série;
B.- componente estacional da série;
C.- componente cíclica da série;
D.- componente aleatória ou irregular da série.
Um exemplo de série temporal em Geografia são os dados utilizados no trabalho publicado por BOIN, ZAVATTINI e MENDES, na revista de Geografia, Volume 27, nº 1 de abril de 2002, que trata das Chuvas e erosões no oeste paulista. Nesse trabalho foram analisadas séries temporais de chuvas de 30 anos, por meio de dados mensais e diários, por meio de dados diários e horários.
Nas análises, das séries temporais de precipitações pluviométricas, devemos estar cientes que estas formam parte de um sistema complexo com influências de variáveis atmosféricas, como a temperatura, pressão, vento, relevo e posição geográfica entre outras.
Do ponto de vista matemático uma série temporal é constituída por valores de uma variável Y nos tempos t1 ,t2... Assim, o gráfico dos poços tubulares profundos teria no eixo das abscissas o ano e no eixo das ordenadas o número de poços por ano.
Importante destacar que na análise das séries temporais a qualidade da coleta dos dados é uma questão fundamental, bem como a representação gráfica dos dados. Sendo que na avaliação da tendência podemos utilizar um ajuste simples de reta ou curva, decorrente da observação do movimento expresso no gráfico, no entanto, o êxito dessa estratégia está diretamente associado com a experiência do analista.
A análise da tendência geral de uma série permite evidenciar o movimento durante a temporalidade fixada, bem como projetar referido movimento a longo prazo. Disto decorrem frases como “a tendência da curva é continuar crescendo...”, uma vez que é extrapolado, no tempo, o movimento do fenômeno.
Comentávamos que “na avaliação da tendência podemos utilizar um ajuste simples de reta ou curva, decorrente da observação do movimento expresso no gráfico”. Este procedimento se realiza mediante um ajuste de ordem gráfico, que consiste no suavizado do polígono original dos dados do fenômeno. No qual os dados passam a ficar distribuídos tanto abaixo quanto acima da curva traçada.
Esta estratégia não é exata, porém muito utilizada quando queremos ter uma idéia aproximada do comportamento dos dados numa temporalidade x.
Na estratégia de análise da série, podemos utilizar a equação de distribuição dos pontos que conformam o polígono original, investigando, então, as distâncias nas quais esses pontos se localizam. Esse método analítico, em complemento ao empírico indicado antes, é mais exato e por tanto confiável de modo geral.
Nesta estratégia analítica o método dos mínimos quadrados é a mais conhecida. Podemos analisar o caso da distribuição do número de poços tubulares profundos durante o período de 1961 – 2005 na cidade de Maringá.

No ajuste, através dos mínimos quadrados, dos dados para uma línea reta tipo Y=a+bX, devemos construir uma tabela, específica a partir dos dados apresentados no exemplo da Tabela base, tendo que definir então x, y, x² e xy.

Sendo que x corresponde aos anos dos dados, y representa os valores correspondentes aos números de poços abertos nos respectivos anos. Como devemos determinar o ajuste da reta através da equação y=a+bx e temos que encontrar os valores de “a” e “b” utilizamos para isso as equações:

(1) Na+b∑x= ∑y
(2) a∑x + b∑x²= ∑xy.

Nas quais N representa o número de dados representados, para cada zona estudada; ∑y é a somatória dos valores de y que corresponde a somatória dos poços tubulares abertos; ∑x é a somatória dos valores de x; ∑x² é a soma dos quadrados dos valores de x e ∑xy é o produto dos valores de xy.
Boas contas.

Bibliografia: Murray R. Spiegel. Estatística. Coleção Schaum: São Paulo, 1979.
Geiger, Pedro et al. Introdução à análise de séries temporais. RRBG: Rio de Janeiro, 36(4): 81-108, out./dez, 1974.

As raízes do problema.

terça-feira, outubro 09, 2007 3:01:00 PM

arvore_padrão_1 Iniciamos hoje, uma série de textos para analisar em detalhes, os diferentes modelos de arvores, considerados adequados, por diferentes entidades que atuam no meio urbano.
A primeira árvore é do modelo denominado padrão de empresas que atendem os serviços de água e esgoto.
No tipo, apresentado na fotografia, a árvore se presta de forma adequada, segundo as empresas, para ser uma excelente “parceira”, uma vez que não afeta, altera ou prejudica, as redes de água ou esgoto.
A raiz da espécie fica confinada num vaso, que termina controlando eficientemente o desenvolvimento do sistema radicular.
A árvore em questão apresenta uma segunda qualidade, qual é a de poder ser deslocada cada vez que são necessárias obras de adequação na rede, facilitando assim, a manutenção do sistema.
O grande objetivo, na área ambiental, das empresas lideres do setor de abastecimento de água e esgoto é conseguir que o modelo da fotografia seja definitivamente incluído no plano diretor de arborização.

Fotografia: JUGV. Rua Santos Dumont, Maringá, Paraná.
©® JUGV FACTORAMA 2007

Bioforma

11:41:00 AM




A derrubada da mata urbana em Maringá e o aquecimento global

segunda-feira, outubro 08, 2007 8:27:00 PM

sem_floresta Faz tempo que a análise sistêmica, colocou na vida cotidiana, a necessidade de estar atento as conexões das ações locais e seus efeitos globais. Nesse contexto vale a pena recordar o título do trabalho de Eduard Lorenz, “Previsibilidade: o bater de asas de uma borboleta no Brasil desencadeia um tornado no Texas?”, nesse trabalho o autor destacou que fatores insignificantes podem amplificar-se temporalmente de forma a mudar radicalmente um processo.
Assim, como nada está solto neste planeta, mas relacionado de forma mais ou menos intensa, a derrubada da mata urbana nesta cidade esta conectada com o processo do aquecimento global.
As árvores do passeio público em Maringá estão desaparecendo e os números estão aí para quem quiser conferir, no entanto, um simples caminhar pelas ruas, nestes dias de intenso calor, não deixam dúvidas:
“A saudosa e fresca floresta urbana de Maringá está desaparecendo, por ação de uma derrubada desenfreada e sem piedade sob os auspícios do poder Público Municipal.”
Para quem ainda tiver dúvidas pode verificar nas esquinas do comércio, seja, nas principais avenidas ou nos bairros.
A marca, da paisagem urbanística na cidade mais verde do Brasil, está prestes a retomar aquele velha lembrança da sua origem, um deserto de poeira e calor.
Lamentavelmente, o que a atual administração vai deixar, para as futuras gerações, não será certamente o seu slogam de fazer desenvolvimento com igualdade, mas a de ser a recordista na derrubada da floresta urbana, além de principal acionista na contribuição á atmosfera do tão temido dióxido de carbono, em escala local.
Devemos entender que a cada árvore derrubada na nossa cidade é liberada grande quantidade carbono na atmosfera, onde se transforma no dióxido de carbono.
A derrubada frenética da floresta urbana extingue a cada dia centenas de árvores capaces de absorver o dióxido de carbono, através do processo da fotossíntese, diminuindo com isso as possibilidades de controlar as quantidades deste gas de efeito estufa. Com essa prática anacrônica, se rompe definitivamente a possibilidade, ainda que local, de um balanço no ciclo de carbono.
Mas também devemos destacar, que as queimadas dessa floresta urbana maringaense, contribuem para que o Brasil se mantenha como recordista mundial na emissão de dióxido de carbono (CO2).
Assim, enquanto alguns olham deseperados em direção á amazônia os lideres locais derrubam a nossa mata, aqui mesmo ao lado de casa e de passada matam o planeta e fazem uma grande fogueira com o patrimônio público construído por décadas.

©® JUGV FACTORAMA 2007

Para quem gosta de ler...

domingo, outubro 07, 2007 12:15:00 PM


Recebi de meu amigo José de Arimatéia, texto dele. É lindo!

Dante's Book Store. Clique aqui: www.ump.edu.br/metro.
Um passeio num grande livraria pode equivaler a uma Divina Comédia

Outro dia, ao entrar numa grande livraria, fora de Londrina, senti-me um Dante em O Inferno, com algumas adaptações, claro. Primeiro, entrei sozinho, sem um Virgílio a me guiar e proteger. Mas fui com fé.
Dentro, começaram os Círculos do Inferno da Leitura. Primeiro, o Átrio e o Limbo, onde se vê de tudo um pouco, inclusive os (livros) “mornos” - as vitrines. Depois, o primeiro Círculo: Luxúria. Estão lá os livros cheios de fórmulas para “esquentar” um relacionamento ou um casamento. Tudo ilustrado.
O Segundo Círculo é o da Gula. Todas as dietas possíveis e imagináveis encontram-se ali. A idéia é comer de tudo sem culpa, mas depende do dia do aniversário, da combinação entre as guaninas e citosinas do leitor, entre outros fatores cientificamente comprovados.
No Terceiro Círculo de Leitura está o pecado do Orgulho, cheio de livros que exaltam a auto-realização hedonista e a satisfação do ego. Algo do tipo: “o importante é ser feliz” e “o Inferno são os outros”. Mas os outros dos outros é você.
No Quarto, a Cobiça. Lá estão todos os títulos dedicados à perfeita administração dos bens materiais – como adquirir o primeiro bilhão de euros, por exemplo. Pode-se encontrar neste Círculo líderes, heróis, executivos, todos com receitas e testemunhos de êxito, além de promessas.
O Quinto é o da Ira e está reservado aos livros que transformam tudo – comércio, casamento, carreira, relações profissionais – em uma arte militar. O mundo é um campo de batalha: vence o mais feroz.
O Sexto, da Preguiça, reúne toda a literatura fácil, com pouco texto e quase nada aproveitável. Muitos clichês e frases-feitas. Nada difícil de assimilar, nada que leve muito tempo ou exija muito esforço.
O último Círculo infernal, o da Inveja, traz as biografias das celebridades, de mega-empresários, de escritores de best-sellers – enfim, tudo o que o leitor não é.
Vencidas as primeiras estantes, segui “até surgir essas coisas belas, que o céu conduz, por um vazio rotundo; saí por ali, a rever estrelas”.


Copyright © 2003 - 2010 Factorama. Os artigos contidos nesta revista eletrônica são de responsabilidade de seus autores. A reprodução do conteúdo, total ou parcial é permitida, desde que citado o Autor e a fonte, Factorama http://factorama2.blogspot.com. Publicação de divulgação científica em meio eletrônico. Destinada ao debate político, econômico, ambiental e territorial, com atualização diária. Ano 6, Primeira edição em julho de 2003. BLOG é abreviação de weblog. Vem de web, que significa internet, e log, de conectar-se à rede. Qualquer publicação freqüente de informações pode ser considerado um blog.

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Página Principal - Arquivo Morto do período de 12/2003 até 03/2006
 

A motosserra está de volta!!!

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