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Atualizado diariamente - www.factorama.com.br - ISSN: 1808-818X

Metodologia: O Inquérito de Saúde no Estado de São Paulo, ISA-SP.

segunda-feira, março 24, 2008 9:31:00 AM

A seguir as principais questões metodológicas apresentadas no estudo e relatadas pelos pesquisadores no site do Inquérito de Saúde.

"O Inquérito Multicêntrico de Saúde no Estado de São Paulo, ISA-SP, foi realizado em quatro áreas do Estado de São Paulo: duas na Região Metropolitana de São Paulo e duas no interior do Estado. Esse estudo de corte transversal para análise das condições de vida e de saúde, inclui uso de serviços de saúde, por meio de entrevistas domiciliares.

A população de estudo
Foram entrevistadas 6.819 pessoas entre abril de 2001 e março de 2002, divididas entre amostras da população residente em cada uma das quatro áreas de estudo. Os setores censitários sorteados foram estratificados segundo o nível socioeconômico definido pela proporção de chefes de família com diferentes graus de escolaridade. Os dados foram coletados em seis cortes, ao longo de doze meses, distribuídos igualmente pelas áreas, isto é, foram aplicados questionários em todas as áreas no período de doze meses.
Foram definidos grupos de idade e sexo (domínios amostrais) com o intuito de garantir números mínimos na amostra para análises de cada uma das áreas de estudo. A definição desses domínios deve-se principalmente ao fato de que alguns subgrupos populacionais, como os menores de um ano e os de idade muito avançada, representem uma proporção muito pequena do total da população e estes são os grupos que normalmente apresentam maiores prevalências de problemas de saúde e freqüentemente procuram mais os serviços de saúde. Além disto, o grupo menor de um ano permite estudar questões ligadas à área materno-infantil, como pré-natal, parto e primeiro ano de vida, incluindo vacinação. Assim, ao invés de entrevistar-se todos os moradores do domicílio, o que faria com que a amostra tivesse uma estrutura por sexo e idade semelhante à população, foram entrevistados números semelhantes de indivíduos (aproximadamente 200) para cada domínio, garantindo-se assim número suficiente de observações em cada grupo de idade e sexo, com um tamanho de amostra total menor (1600 em cada área estudada).

Instrumento de coleta de dados
As informações foram obtidas através de questionários aplicados por entrevistadores, respondidos diretamente pelos moradores sorteados ou pela mãe ou responsável por crianças menores de 12 anos, garantindo-se assim maior confiabilidade das informações, principalmente àquelas referentes aos problemas de saúde de menor gravidade.
O questionário, previamente testado em um estudo piloto, foi organizado em blocos, segundo áreas temáticas, com a maioria das questões fechadas, com alternativas pré-definidas. Sempre que possível foram incluídas questões já testadas em outros estudos."

A seguir estão descritos alguns dos blocos que compõem o questionário:

"No Bloco L são exploradas as questões referentes ao estilo de vida, aprofundados em quatro de seus tradicionais capítulos: atividade física, hábitos alimentares, fumo e consumo de álcool. Os hábitos alimentares são estudados por meio do “Índice de Qualidade da Dieta” adaptado de Kennedy (1995). Para avaliação das atividades físicas foi utilizada a “versão curta” do Questionário Internacional de Atividade Física divulgado pelo Programa “Agita São Paulo” (Secretaria de Estado da Saúde, 2005) e já validado por Matsudo et al. (2001). O consumo de álcool foi estudado por meio do teste CAGE (Aertgeerts B, Buntinx F, Kester A, 2004) e de algumas perguntas específicas sobre o consumo de bebidas alcoólicas.
O Bloco M – Saúde Emocional utiliza um modelo de questionário, com 20 questões (SRQ-20), desenvolvido pela OMS (WHO, 1994).
Faz-se o uso do questionário de auto avaliação de saúde (SF-36), no Bloco N, na sua versão validada no Brasil.

Aspectos éticos
Os objetivos da pesquisa foram apresentados aos indivíduos sorteados e foi solicitado o consentimento assinado de participação no estudo, após conhecimento dos objetivos do estudo e do tipo de informação que seria solicitada. Foi assegurada a confidencialidade das informações levantadas, sendo que apenas dados consolidados foram analisados e divulgados, impossibilitando a identificação dos indivíduos pesquisados. O projeto de pesquisa foi apresentado e aprovado pelas Comissões de Ética das três universidades participantes.

Entrevistadores
Os entrevistadores, selecionados com pelo menos segundo grau completo, receberam treinamento para a aplicação dos questionários e foram avaliados e reciclados durante todo o período da pesquisa. Cerca de 10% da produção de cada um deles foi avaliada por nova entrevista parcial (entrevista de controle). Não foram selecionados entrevistadores com formação na área de saúde e o treinamento enfatizou a importância de anotarem com precisão o referido pelos entrevistados, visto que a pesquisa trabalhou com a morbidade referida.

Processamento e análise dos dados
Os dados foram codificados diretamente nos questionários e digitados em máscara de EpiInfo. Para a codificação dos problemas de saúde e doenças referidas foi utilizada a Classificação Internacional de Doenças - CID-10 (OMS, 1995), para a classificação das ocupações e das atividades econômicas foram usadas a Classificação de Ocupações do Censo Demográfico de 2000 (IBGE, 2000) e a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - Domiciliar CNAE-Domiciliar (IBGE, 2005). A codificação dos medicamentos referidos foi feita de acordo com a classificação Anatomical Therapeutic Chemical-ATC (WHO, 1990). Foram utilizados o Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, para a estruturação do banco de dados, e o STATA para a sua análise. Os programas para processamento e análise dos dados incorporaram os fatores de ponderação da amostra, baseados nas frações amostrais dos setores censitários (segundo características socioeconômicas) e dos indivíduos entrevistados (segundo idade e sexo)".

Fontes:
http://hygeia.fsp.usp.br/isa-sp/index_arquivos/Page627.htm.
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/saude/morbidade/0018/Isa_Capital_Resultados17_08_07.pdf


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