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A NOVA GEOGRAFIA

segunda-feira, fevereiro 25, 2008 3:14:00 PM

II.- Ainda que um pouco mais tarde que outras ciências sociais como a economia ou a sociologia, a geografia se viu também afetada pelas correntes neopositivistas. Devido a uma das características que naquele momento foram as mais chamativas, a transformação que então se produziu foi conhecida como “revolução quantitativa” surgindo daí uma “nova geografia”.
No mundo anglo-saxão e escandinavo esta mudança se produziu substancialmente nos anos de 1950. Dois acontecimentos significativos podem ser destacados, um é a publicação em 1953 do artigo de Fred K. Schaefer, Exceptionalism in geography, que atacava diretamente o núcleo da concepção regional-historicista e, a outra, é a edição em 1962 de uma das obras teóricas fundamentais da nova geografia, a Theoretical geography de William Bunge. Entre essas duas datas a nova geografia foi se desenvolvendo e difundindo a partir de poucos focos fundamentais: o núcleo de Iowa, onde trabalhou Fred K. Schaefer; o da Universidade de Wisconsin, em Madison,
que possuía uma longa tradição de investigações com métodos estatísticos e, sobretudo, o da Universidade de Washington, em Seattle onde sob a direção de William L. Garrison, e com o estímulo da visita do geógrafo sueco Torsten Hägerstrand nos anos de 1950, se formaram muitos dos que logo seriam os impulsores da geografia quantitativa: Brian J. L. Berry, William Bunge, M. F. Docey, Arthur Getis, Duane F. Marble, Richard L. Marrill, John D. Nystuen e W. R. Tabler.
Em 1963, o ano seguinte do lançamento do livro de Bunge, Ian Burton considerava que a revolução quantitativa estava já concretizada, e que a nova concepção científica se havia imposto.
Efetivamente, por aqueles anos, os geógrafos quantitativos começavam a deter o controle dos departamentos e das revistas mais prestigiadas, e criavam outras como veículos de suas idéias – entre elas a Geographical analysis, editada por L. J. King na Universidade de Coumbus, Ohio, desde 1969, e concebida como “uma revista internacional de geografia teorética”. Outras datas significativas podem ser o informe da National Academy of Sciences e a National Research Council dos Estados Unidos sobre The science of geography (1965), que enfatizava como prioritárias as investigações “teorético-dedutivas” próprias da nova geografia, e da criação da comissão sobre métodos quantitativos da União Geográfica Internacional no Congresso de Londres (1964), o que supunha o reconhecimento desta tendência pela comunidade geográfica internacional.

Fonte: Notas da tradução ao capítulo XII “Neopositivismo y Geografía quantitativa”, de Horacio Capel. Filosofia y ciencia en la geografia contemporânea. Uma introducción a la Geografia. Editora Barcanova. Temas Universitários, Barcelona, 1981.Tradução de André Geraldo Berezuk e Jorge Ulises Guerra Villalobos


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