Os dez primeiros anos do século XX parecem ter sido prolíficos em genialidade. Nascida em 9 de janeiro de 1908, Beauvoir lançou as bases do movimento feminista que desencadeou, por exemplo, às mulheres o direito de votar, de se divorciar, de trabalhar fora de casa e de escolher seu futuro. Direitos que hoje consideramos inquestionáveis. Antes que todos estes direitos fossem institucionalizados, toda mulher que ousasse propô-los ou exercê-los era vista como libertina, senão, prostituta.
A TV Radio Canada disponibiliza um documentário sobre a entrevista feita à escritora em 1959, que foi censurada pela igreja católica. Nesta entrevista ela comenta sobre o casamento por conveniência, arranjado pelas famílias, que era uma prática comum, consumada sob a benção da igreja. Ela diz que um casamento nestas condiçoes é obceno. "Se não existe nada que lhes une afetivamente um ao outro, uma relação nestas condiçoes é equivalente à prostituição." Com esta afirmação ela toca na ferida da hipocrisia do fundamentalismo católico e devolve à moral vigente a mesma acusação da qual Simone era sujeita. A vida da escritora é comentada pela professora de ciência política e estudos feministas, Diane Lamoureux, da Universidade Laval. Pra ilustrar a pertinência do tema, veja os clips de She works hard for the money, (Donna Summer, 1970s) e a de King of Sorrow, (Sade Adu, 1980s).

Dentro desta perspectiva, aliás atualíssima, parece nos que um certo mal estar social gerado pela mudança dos papéis é um outro tema importante a ser discutido. Dado que as unioes tendem à se tornar menos duradouras, casais que passam mais de 15 anos juntos ou crianças em idade escolar que têm os dois pais vivendo na mesma casa se tornaram uma excessão. Ao mesmo tempo, a deliquência juvenil parece estar associada, entre outros, à um ambiente familiar monoparental. O clip de Smells Like Teen Spirit, (Nirvana, 1990s), parece ilustrar bem este problema.

Cheio de fusis, chame teus amigos.

É divertido perder e fingir que nao.

Ela se chateia e se faz confiante

Oh nao, eu sei um palavrao

Alo, alo, alo, tudo mal? (4x)

Com a luz acesa é menos perigoso.

Aqui estamos nós, agora. Divirta-nos!

Um mulato, um albino, um mosquito

Minha libido, Yeah

Eu me sinto estúpido e contagioso

Aqui estamos nós, agora. Divirta-nos!
Um mulato, um albino, um mosquito
Minha libido, Yeah

Eu sou o pior mesmo naquilo que faço melhor

E por este dom eu me sinto abençoado

Nosso bando sempre foi

e sempre será, até o fim

Alo, alo, alo, tudo mal? (4x)

Com a luz acesa é menos perigoso

Agora, aqui estamos nós. Divirta-nos

Um mulato, um albino, um mosquito
Minha libido, Yeah!

Eu me sinto estúpido e contagioso

Agora, aqui estamos nós. Divirta-nos

Um mulato, um albino, um mosquito

Minha libido, Yeah!

Eu me esqueço porque eu gosto

E penso que ist me faz sorrir

Eu acho difícil, é difícil de achar

Bem, nao importa, nunca importa.

Alo, alo, alo, tudo mal? (4x)

Com a luz acesa é menos perigoso.

Agora, aqui estamos nós. Divirta-nos!
Um mulato, um albino, um mosquito
Minha libido, Yeah!

Eu me sinto estúpido e contagioso
Agora, aqui estamos nós. Divirta-nos
Um mulato, um albino, um mosquito
Minha libido, Yeah!

Uma nulidade (x9)

Dentro de um contexto de igualdade de gênero, a questão que se poe tanto para os homens quanto para as mulheres, parece ser como conciliar realização pessoal e responsabilidade familiar e social.