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Factorama

Atualizado diariamente - www.factorama.com.br - ISSN: 1808-818X

Um blogueiro contra a junta militar da Birmânia

domingo, setembro 30, 2007 5:57:00 PM

Ko Htike, um imigrante birmanês em Londres, que cuidava de um mercadinho de bairro, transformou a sala do seu apartamento numa agência de notícias para as maiores redes de jornais do mundo. Todos os dias ele percorre desde os estúdios da BBC até os da Al-Jazira que disputam depoimentos, fotos e notícias exclusivas do conflito na Birmânia. O blog de Ko-Htike se transformou numa janela virtual sobre a "revoluçao açafrão" que rasga seu país, isolado do resto do mundo. cerca de quarenta jornalistas cidadãos birmaneses enviam depoimentos e fotos desde o início dos afrontamentos. Como os jornalistas estrangeiros foram expulsos pelo goveno birmanês, as informaçoes do blog valem ouro.
O antigo estudante de informática começou seu blog em junho como o intuito de publicar seus poemas. Há 10 dias, um amigo avisa que houveram manifestaçoes em frente à casa de sua família, na Birmânia e Ko Htike decidiu mostrar as fotos no seu blog. O efeito de multiplicaçao de informaçoes foi imediato. Autros contatos, pessoas que ele nunca viu, propuseram versoes dos fatos. A mídia ocidental, em falta de informaçoes, percebeu seu site como uma fonte privilegiada. Hoje, o jovem de 28 anos é convidado como expert em todos os debates sobre o país.

Fonte: La Presse. Samedi 29.09.2007. Cahier Monde. Pg A34

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Um mar de água doce en via de esgotamento

5:43:00 PM

Ogallala é a maior reserva de água doce dos EUA. Um oceano subterrâneo de 4.000 bilhoes de toneladas de água. Este lençol aquífero se estende sob os estados de Dakota do Sul, Wyoming, Nebraska, Colorado, Kansas, Oklahoma, Novo México e Texas, o que representa quase um quarto dos EUA. Duzentos mil poços se abastecem deste manancial para irrigar 3,3 milhoes de hectares de terras agrícolas, ou seja, um quinto das terras cultivadas em todo o país. À esta demanda se juntam as enormes perfuraçoes feitas por indústrias e pelas grandes cidades.
Se continuar neste ritmo, Ogallala poderá estar totalmente esgotado em 2030.

Fonte: Atlas mondial de l'eau. Centre de recherche pour le développement international. Environnement Canada. Ressources naturelles.

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Deu na Folha de São Paulo: ANALFABETISMO

PAÍS TEM ÍNDICE PIOR DO QUE A MÉDIA LATINO-AMERICANA


A taxa de analfabetismo do Brasil supera a média da América Latina e do Caribe em 2005, segundo projeções da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). Em 2005, o percentual de analfabetos era de 11,1% da população. A média da região era de 9,5%. Com o desempenho do Brasil, o patamar se aproxima do da Bolívia, de 11,7%, um dos países mais pobre do continente sul americano. Os dados foram compilados pelo IBGE e fazem parte da publicação de indicadores sociais. Países próximos já conseguiram, desde 1995, reduzir suas taxas para patamares em torno de 4% ou 5% como Cuba, Argentina, Costa Rica e Chile e mesmo assim conseguiram reduzir ainda mais o percentual. No ano passado, número não comparado com a América Latina, a taxa de analfabetismo foi de 10,5%, o equivalente a 14,4 milhões de pessoas.

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Queimadas...

12:14:00 PM


FALTA DE ENERGIA

Pó de queimadas causou apagão no ES e no Rio
DA SUCURSAL DO RIO Folha de São Paulo, sábado

Perícia de técnicos de Furnas concluiu, após coleta de material, que excesso de poeira e fuligem causados por queimadas na região sudeste foram os responsáveis pelo blecaute que deixou todo o Espírito Santo e municípios do norte e noroeste do Rio de Janeiro na quarta-feira.O apagão começou no fim da tarde da quarta e, segundo os técnicos, ainda foi agravado pela falta de chuvas que já dura oito meses nas regiões afetadas. A pane interrompeu as linhas de transmissão Macaé-Campos, no Rio, e de Campos a Vitória.
Por medida de segurança, sob risco de sobrecarga, a ligação entre Vitória e Ouro Preto, em Minas Gerais, também foi desligada. A maior parte das cidades voltou a ter energia após cerca de duas horas, mas o sistema só foi totalmente restabelecido na tarde de anteontem.

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Os limites da estatística

quarta-feira, setembro 26, 2007 7:30:00 AM

dados A política é a arte de administrar e a estatística sua melhor aliada. E é dessa relação que emerge uma realidade de mudanças e eficiências nas ações do agente político, que administra perguntando-se todos os dias frente a um espelho: “espelho, espelho meu, fui eu o mais dinâmico, o mais moderno, nunca antes, pela primeira vez....”.
Da parceria entre ciência e política, tem resultado questões que ainda hoje os cientistas lamentam. Os extermínios em massas povoam a história da humanidade, eles são duros exemplos dessa parceria.
Porém, das parcerias mais criativas e instigantes dos últimos tempos, são as que resultam em metodologias científicas que reduzem a miséria e incrementam o produto interno bruto.
Se para a Fundação Getúlio Vargas são 19,3%, ou 36,2 milhões de brasileiros e para o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) são 26,9%, ou 49 milhões de miseráveis, resulta então que existe uma diferença de 12,8 milhões para mais ou para menos, segundo utilizemos os dados da FGV ou do Iets.
Certamente essas pessoas não desapareceram, pois elas estão posicionadas na categoria “superior que é a da pobreza”.
Agora, se distinguir miseráveis de pobres já é uma refinação metodológica questionável, colocar 12,8 milhões na zona de flutuação entre as duas categorias é de uma politicagem sem precedentes.
No entanto, os miseráveis diminuíram em qualquer dos dois casos, razão pela qual as minhas anotações serão engolidas pelos discursos dos agentes políticos, que mostrando os gráficos elaborados pelos estatísticos, continuaram a dizer: “espelho, espelho meu, a minha administração foi a melhor...”


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Por uma Vale dos Brasileiros

terça-feira, setembro 25, 2007 6:04:00 PM

Por: Raimundo Cruz Neto (Cepasp/Fórum Carajás)
A história da exploração mineral na Amazônia tem registrado a marca de benefício para poucos e sacrifício para a grande maioria da população, caracterizada pela exploração e espoliação dos recursos minerais. Com o saque dos recursos naturais para geração de riquezas e benefícios fora da região, com imensa degradação ambiental, geração de conflitos, promiscuidade e desestruturação de comunidades tradicionais, seja de índios ou caboclos.
O modelo não favorece a internalização de desenvolvimento sócio-econômico das populações locais, é tanto que o Estado do Pará com tanta grandeza na exploração de seus recursos naturais tem um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano, enquanto que as empresas mineradoras e siderometalúrgicas alcançam altos índices de lucratividade.
A exploração mineral, da bauxita no Trombetas e do ferro em Carajás, já produziram uma grande quantidade de rejeitos que precisam de uma avaliação criteriosa sobre o efeito destes produtos para o meio ambiente, considerando os riscos para a saúde da população com a poluição das bacias hídricas. Os garimpos de ouro e pedras preciosas na sua maioria tiveram como expressão da dominação a “lei do mais forte” ou da opressão exercida pelo Estado. O caso mais recente é o do garimpo de Serra Pelada, que depois de descoberto por garimpeiros sofreu intervenção federal através do Serviço Nacional de Investigação – SNI, e até hoje vive sob intervenção do Major Curió.
Na Amazônia, quase todas as áreas que antes eram trabalhadas por garimpeiros foram se tornando propriedade de empresas mineradoras, que através da justiça conseguiram o direito de lavra. Serra Pelada, desde 1985 vem sendo disputada pela CVRD e garimpeiros, sem que o Estado brasileiro resolva o impasse.
Para possibilitar a exploração mineral de Carajás foram projetadas e implantadas diversas obras de infra-estruturas para geração de energia, transporte de minérios e de pessoas para a formação de exércitos de mão-de-obra, e produção agropecuária. Para tanto, em 1980, atendendo interesses da CVRD, é criado o Programa Grande Carajás – PGC.
Através do programa é estabelecido um regime especial de incentivos fiscais para os empreendimentos: ferrovia, porto, infra-estruturas de transporte, hidrelétricas, siderúrgicas, exploração madeireira e agropecuária. Através de resolução seriam criadas zonas industriais de Barcarena, Serra dos Carajás, Tucuruí e Marabá, no Pará, e Imperatriz e São Luis, no Maranhão.
Como a CVRD, ao longo dos anos, vem alterando suas estratégias, conforme os interesses e a conjuntura internacional, o PGC não chegou nem a cumprir seus objetivos de proteger, preservar, valorizar o meio ambiente e a população local e servir de mecanismos de integração nacional. Mas um dos objetivos está sendo cumprido, que é o de explorar vastos recursos naturais.
A construção da barragem de Tucuruí, para gerar energia elétrica para as zonas industriais, criou um grande transtorno para as populações que tiveram que ser remanejadas. Até hoje são criados problemas com a elevação da cota e conclusão das etapas de implantação de mais turbinas.Na época da construção da hidrelétrica de Tucuruí, a ELETRONORTE tinha um plano de construir 27 barragens no rio Tocantins e seus afluentes. Daquele período até os dias de hoje foram construídas várias destas barragens que constavam do planejamento. Todas elas com o objetivo de viabilizar grandes projetos.
No último Plano Decenal, além do rio Xingu e do Madeira, existem várias obras desestruturantes nos rios Tocantins e Araguaia, como Serra Quebrada que deve inundar a área indígena Apinajé, Usina Hidrelétrica Mirador, no entorno do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, e duas barragens no rio das Mortes, perto do território indígena Xavante, e Baixo Uguaçu, a montante da Ilha do Bananal.A Estrada de Ferro Carajás Ponta da Madeira, inaugurada em 1985, final do ultimo governo da ditadura militar, criou e continua criando muitos transtornos para a população que vivia e vive na região, ao longo dos seus 890 Km de extensão.
Casos emblemáticos da geração de problemas foram o remanejamento das populações de Pequiá (Açailândia) e Anjo da Guarda (São Luis), para a construção de trecho da ferrovia e criação do porto, como relata um dos atingidos: ...”Era um conforto para detrás da minha casa, muito matinho onde a gente podia botar as roças pequenas. E a gente tava vivendo desatrapalhado, mas depois que esses homens chegaram nessa área acabou tudinho. Nós tudo hoje temos acabado por causa dessa firma”.
A grilagem de terras, desmatamento, conflitos e pobreza, são multiplicados com a construção da ferrovia, como bem explicita, Hall: “...Em outros aspectos, as conseqüências foram extremamente negativas por terem agravado os impactos ambientais decorrentes da construção da ferrovia, como o assoreamento dos rios, a interrupção da navegação durante o período de estiagem e o comprometimento do potencial pesqueiro, uma das principais fontes de alimentos da região”.As populações indígenas e camponesas são as mais atingidas pelo processo de industrialização incentivado pela CVRD e desenvolvido ao longo da ferrovia, com a implantação dos pólos industriais de produção de ferro gusa, nos municípios de Marabá, no Pará, Açailândia, Santa Inês, Rosário e São Luis, no Maranhão.
“As economias camponesas e indígenas apoiadas nas unidades de trabalho familiar, colidem com este processo violento de industrialização que usurpa seus territórios centenários, que devasta babaçuais, florestas nativas e chapadas e, sobretudo, inviabiliza sua reprodução física”. (Wagner, 1995).A produção de ferro gusa, como mais uma atividade desestruturante, se instalam ao longo da ferrovia a partir de 1988, embora as propostas são apresentadas ao Conselho Deliberativo do PGC e aprovadas a partir de 1984, com 22 projetos aprovados e 8 em fase de tramitação, até o final de 1988.Destas, apenas quatro se implantaram em 1988: Viena Siderúrgica e Cia Vale do Pindaré, em Açailândia, e COSIPAR – Companhia Siderúrgica do Pará e SIMARA – Siderúrgica Marabá, em Marabá. Com uma produção, em 1988, de 11.000 toneladas de ferro gusa, em 1999, uma produção de 261.439 toneladas e em 1994, uma produção de 700.000 toneladas. Várias empresas madeireiras e agropecuárias, dos Estados do Pará e Maranhão assumem a produção de carvão vegetal. Tem-se registro de 9 empresas agropecuárias dos municípios de Açailândia, Bom Jardim, Riachão e Santa Luzia, e 18 empresas madeireiras dos municípios de Açailândia, Pequiá, Itinga, João Lisboa, Buriticupu e Santa Luzia.
“A produção carvoeira espalha-se vazando os limites da área de influência da estrada de Ferro Carajás 150 Km para cada lado da ferrovia, apresentada como unidade território de planejamento no “Plano Diretor para o Corredor da EF Carajás”, e, avança pelo Noroeste, sobre áreas indígenas, Reserva Florestal do Gurupi; pressiona as porções ainda existentes de mata primária em Buriticupu; chega aos cerrados maranhenses (Estreito e Riachão) e, polariza a produção madeireira dos principais centros produtores do Pará (Paragominas, Rondon, Dom Elizeu, Ulianópolis) e, Maranhão (Açailândia, Itinga e Amarante)”.(Carneiro, 1995).
Hoje a produção de carvão atinge diretamente os agricultores das áreas de Projetos de Assentamentos, de responsabilidade do INCRA, nos Estados do Pará e Maranhão, e vai além da faixa de 150 Km das margens da ferrovia, atinge desde as florestas, os babaçuais e o cerrado. Tem-se informação de que empresa de Barcarena está comprando carvão vegetal de Altamira (PA).O carvão consumido pelas siderúrgicas, quase 100% é proveniente da mata nativa, seja ele da floresta, cerrado ou de babaçuais, e 80% é produção e comercialização ilegal. Em 2005, o consumo de carvão vegetal, pelas siderúrgicas do pólo Carajás, foi em torno de 3 milhões de toneladas. Segundo o IBAMA, seriam necessários 550.000 hectares de mata para gerar o volume de carvão consumido pelas guseiras, em 2004.
O Estado, através da EMATER, SEPROD e INCRA, juntamente com COSIPAR e CVRD, já elaboraram proposta para plantio de eucalipto para produção de carvão. As áreas que consideram potenciais seriam as de agricultores dos Projetos de Assentamento, com financiamentos através do PRONAF.Considerando a planilha construída por este grupo citado acima e a demanda por lenha para produção de carvão vegetal,nas condições atuais, com o plantio de eucalipto a região seria inundada por produtos químicos na seguinte quantidade: 225.000.000 Kg de fosfato, 487.500.000 Kg de NPK, 6.000.000 de litros de herbicida e 15.500.000 Kg de formicidas.
Esta imposição do reflorestamento não é de hoje, em 1989, no governo de Fernando Collor de Melo, sob o discurso do ”desenvolvimento sustentável”, foi lançado, em Carajás, o “Programa Pólos Florestais para a Amazônia Oriental: A Reversão do Processo de Degradação Ambiental”, idealizado pela CVRD.
Ä área foi definida por polígonos cujo perímetro tem seus pontos distantes 150 Km do eixo da ferrovia,onde coincide com a faixa costeira do Maranhão, perfazendo uma área total de cerca de 25 milhões de hectares da Amazônia Oriental” (Revista Minérios, 1992).
A área foi dividida em três blocos: o primeiro, de São Luis à Santa Inês; o segundo, de Santa Inês à Marabá; e o terceiro, de marabá à serra dos Carajás. O segundo bloco constituiria a área destinada a implantação do programa Pólos florestais, com uma extensão do plantio que poderia atingir cerca de um milhão de hectares, em 10 anos. Com financiamentos do BNDES, Banco Mundial, bancos europeus e japoneses.
A CVRD, através de sua subsidiária para atividades florestais, em 1982, já havia adquirido áreas e implantado vários distritos experimentais, com espécies de eucalipto trazidas da Austrália, em Pindaré-Mirim, Rosário, Buriticupu, Nova Vida, Açailândia e Marabá.
Em 1992, no município de Imperatriz – MA, foi criada a CELMAR S.A – Indústria de Celulose e Papel, tendo como sócias a RISIPAR S.A (55%), a CVRD (30%) e a NISSHO IWAI Corporation (15%),que em 1995 havia adquirido áreas de terras que somavam 180.000 hectares, para plantio de eucalipto. Inicialmente a madeira seria ara produção de celulose, hoje será para produção de carvão.
Fonte: http://www.forumcarajas.org.br/artigos2.php?id=73

Pólo Florestal

6:03:00 PM

Por Liana Melo e Felipe
O Brasil, dono da mais exuberante floresta tropical do planeta, está sob ameaça de um apagão florestal. Há madeira tropical em abundância, mas faltam árvores provenientes de florestas plantadas – produto em alta no mercado internacional. O medo de apagão levou o Ministério do Meio Ambiente a criar o Programa Nacional de Florestas. “O risco é bastante alto e decorre da falta de plantio de florestas durante toda a década de 90”, admite Tasso Azevedo, diretor do programa. Para se ter uma idéia do tamanho do gargalo entre oferta e demanda a longo prazo, basta saber que, no ano de 2002, foram colhidos 500 mil hectares e plantados menos de 320 mil hectares. Para fechar a conta, faltaram 180 mil hectares. Para a safra 2003/2004, 420 mil hectares já foram plantados, e, para a próxima safra, a meta é cultivar outros 500 mil hectares em pequenas e médias propriedades. Apesar de o BNDES ter aberto linhas de financiamento que chegam a R$ 50 milhões, sabe-se que não haverá tempo para tapar o buraco deixado pelo descaso da década passada. Afinal, uma árvore leva de 7 a 21 anos para crescer.
A crise da silvicultura brasileira já chamou a atenção internacional. Em dezembro, o Comitê Consultivo de Florestas da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, discutiu o tema em Bruxelas. “Nosso problema não é falta de terras, que temos em abundância. Nosso problema é a falta de crédito”, provoca o recém-eleito presidente do comitê internacional, o brasileiro Boris Tabacof. O executivo, que também ocupa o cargo de presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), chama a atenção ainda para o fato de que outros países arregaçaram as mangas e estimularam empreendimentos florestais sustentáveis.
Brasil exportação
Trata-se de um mercado florescente, que movimenta mais de US$ 130 bilhões por ano no mundo e R$ 1 bilhão no Brasil. Em abril de 2004, por exemplo, aconteceu a primeira edição da Brasil Certifica, uma feira bianual na qual 50 expositores puderam fechar negócios com 22 países. Acertou-se a exportação de objetos de decoração, móveis, portas, janelas, madeira serrada, painéis de madeira, compensados, lâminas, materiais para a construção civil, molduras, lápis, pisos, ervamate, breu, óleos, castanhas, cosméticos, entre outros.
Empresas do porte de Klabin e Tramontina apresentaram Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Michelin e Caterpillar mostraram seus investimentos em silvicultura. A Tok Stok, uma das maiores empresas do País do setor moveleiro, assumiu recentemente o compromisso público de ampliar suas compras sustentáveis. O maior problema reside no preço: a madeira certificada custa pelo menos 30% mais do que a não-certificada. Do faturamento oriundo dos 40 itens vendidos na cadeia de lojas da Tok Stok, apenas 5% vem de madeira certificada.
A CVRD reflorestou cerca de 34 mil hectares e, a partir de 2005 e durante os próximos cinco anos, pretende plantar 5,5 mil hectares anualmente. “O Brasil tem grande vocação florestal e reúne os principais fatores e condições para ocupar uma posição de destaque no cenário mundial. Todavia, pólos florestais ou empreendimentos florestais de significativo porte não se materializam de forma espontânea, sobretudo quando temos obstáculos a resolver”, avalia o engenheiro agrônomo Gustavo Bessa, da Companhia Vale do Rio Doce.
“Já está provado que a sustentabilidade é um bom negócio”, argumenta o engenheiro civil Carlos Alberto Roxo, diretor da Aracruz Celulose. Roxo está convencido de que o pensamento retrógrado daqueles que continuam a apostar no desenvolvimento predatório está com os dias contatos. “Cresce a pressão internacional contra produtos ecologicamente incorretos”, comenta o executivo, lembrando que alguns países já levantam barreiras comerciais contra madeira sem manejo sustentável comprovado. A Tigre, por exemplo, saiu na frente ao lançar pincéis artísticos com madeira certificada.Hoje, a empresa é a única no mundo que produz pincéis com selo de madeira certificada.
A abertura de novos mercados pode incentivar o desenvolvimento de negócios sustentáveis no setor, como bem demonstram os R$ 14,4 bilhões de investimentos previstos para a plantação de florestas nos próximos anos. A Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS) tem planos ousados para evitar o apagão, mas também para diminuir a pressão sobre as florestas nativas. A idéia é mais que dobrar a área de floresta plantada: de 5 milhões de hectares para 11 milhões de hectares. Paralelamente, estimular o aumento das exportações do setor, saindo do patamar de US$ 5,4 bilhões para algo em torno de US$ 15 bilhões anuais. Se essa meta for atingida, o País só tem a lucrar. Apenas em impostos, por exemplo, a projeção é aumentar a arrecadação de US$ 2 bilhões para US$ 6 bilhões por ano. Dinheiro que poderia financiar mais florestas plantadas e preservar as matas nativas do Brasil.
Fonte: http://www.cebds.org.br/cebds/noticias.asp?ID=147&area=4

Quantificação e território (1)

5:50:00 PM

A quantificação espacial permite incluir na análise de fenômenos a sua localização, considerada esta como um valor incorporado na matriz, par tal utilizamos o mapa como uma matriz de informação, na qual podemos identificar através da posição do fenômeno um par de coordenadas e ainda é possível incorporar nessa localização o peso de um atributo, questão essa que permite determinar graficamente no somente a posição do fenômeno em termos de coordenadas geográficas, mas também a representação gráfica do peso desse fenômeno. (Ver Medidas centrográficas)
Na linguagem da quantificação os parâmetros de posição dos fenômenos podem aparecer com diferentes nominações, por exemplo, na escola francesa se fala de “parâmetros de posição” e na escola anglosaxona, da qual deriva a revolução quantitativa em geografia, se definem como “medidas de posição”.
As medidas de posição representam valores segundo tamanho, posição ou freqüência. No caso de valores médios segundo o tamanho temos a média , conforme valores médios segundo a posição temos a mediana e segundo valores conforme a freqüência esta a moda.
No trabalho com medidas de posição, em particular com a medida de tendência central, utilizamos preferentemente o centro médio, o qual é determinado através da adição de todos os valores de X e Y respectivamente, para depois dividir os resultados dessa somatória pelo número total de ocorrências. Para tal utilizamos as expressões a seguir:
media_simplesX
media_simplesY
Na determinação do centro médio ponderado trabalhamos com a influência dos pesos atribuídos a cada posição bidimensional (X,Y) encontrada para cada dado. Devemos estar cientes que o peso opera como força de atração no cálculo do centro médio.
media_ponderadaX
media_ponderadaY

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Decatlon solar

11:28:00 AM

O departamento de energia dos EUA promove o Solar Decathlon , uma competição mundial entre escolas de arquitetura, com o objetivo de incentivar a criação de protótipos de habitação auto-suficientes em energia, utilizando apenas a energia solar.
Em Montreal, três universidades formaram uma equipe de 30 estudantes, a escola de arquitetura e de design da Université de Montréal, a ETS - Escola de tecnologia superior e a Universidade McGill.
O protótipo, chamado de Lumen-Essence, está em fase de acabamento e foi o único selecionado no Canadá para a fase final. A casa de 80m2 será exposta em Washington onde será submetida à avaliação, ou seja, habitada por 8 pessoas, que deverão comer, dormir, lavar roupa, etc, apenas utilizando a energia captada pelos painéis solares.
Os estudantes calculam que a energia gerada pela casa produzirá um excedente que permite de abastecer um carro elétrico e ainda enviar energia à rede pública.
Veja aqui a galeria de fotos das casas da competição de 2005 e as casas vencedoras aqui.
A matéria saiu no jornal Forum da Universidade de Montréal.

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Enquanto as pombas do Rio de janeiro...

segunda-feira, setembro 24, 2007 4:10:00 PM

pombinho Li neste final de semana o texto, publicado na Folha de São Paulo, de Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira) “Carta aberta a um pombo” e não pude deixar de refletir frente as contradições sócio ambientais do nosso Brasil.
Em Maringá, dias atrás um restaurante foi multado por servir pombas, já na semana passada, na cidade de Campo Mourão, um vereador propus utilizar câmara de gás para eliminar as pombase. Já no ano passado, aqui em Maringá, uma ONG ambientalista e o Conselho Municipal de Meio Ambiente, falavam da campanha pelo abate das pombas na zona rural. Mas voltemos ao texto de Gullar, que escreve: “ Bons tempos estes de hoje! Diria eu, se fosse pombo, [porque no tempo passado] os pombos eram metidos em gaiolas, levados para os campos de tiro e, lá jogados para o alto, um a um, para servir de alvo aos atiradores.” E continua o poeta, “ assim é a vida humana, diferente da dos demais bichos que não tem por esporte matar, alegremente”, e conclui nosso poeta social dizendo: “ mas essas são coisas velhas, porque o pombo de hoje, urbanizado, goza do direito de cidadania como qualquer habitante de nossa cidade. Ou mais até, já que é pequeno demais para ser alvo de balas perdidas”, de flanelinhas e asaltantes.
Lamentavelmente, Ferreira e os pombos do Rio não esta recebendo as notícias dos pombos de Maringá...
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Dia da ÀRVORE?

quarta-feira, setembro 19, 2007 4:29:00 PM

foto_grampo_arvore_cartaz
Novamente e ainda em data do dia da ÀRVORE se repete o fato da instalação e fixação de cartazes em árvores do passeio público, para fins de promover eventos e comércio. A imagem da fotografia, realizada hoje nas proximidades do número 763 da Rua Lauro Werneck, mostra o descumprimento da Lei Municipal nº4780/98, que dispõe sobre a ordenação dos elementos presentes no paisagismo do município, bem como incorre em crime ambiental, uma vez que utiliza grampos metálicos para fixar na árvore um cartaz comercial e conspurca a paisagem urbana.
Tanto a poluição visual, quanto o uso das árvores para pendurar cartazes, placas, faixas e outros tipos de “informações ao cliente” são resultado de uma ação consciente que afeta de forma direta a qualidade de vida da nossa cidade. No dia da árvore nada a comemorar.

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Mais sobre Modernismo

terça-feira, setembro 18, 2007 6:30:00 PM

Estádio Olímpico Nacional (1941) projeto para o que é hoje o Maracanã
Hospital Sul Americano (1952-1959)cujo nome foi alterado várias vezes
Ginásio e Escola do Complexo Residencial Pedregulho (1947-1952) (No filme Central do Brasil, a cena da discussao pela janela entre Marília Pera e Fernanda Montenegro foi rodada no edifício residencial do complexo.)
O projeto do Palácio dos Soviets influenciou não apenas a nossa velha Rodô, mas também outras obras conhecidas mundialmente como exemplos do talento brasileiro.
Uma destas obras é o ginásio de esportes do Complexo Habitacional do Pedregulho,projetado por Affonso Reydi e erguido entre 1947 e 1952, no Rio. No ginásio anexo ao complexo, os arcos sustentam uma casca de concreto que protege a quadra e um imenso mural de azulejos de Portinari, na fachada.
O Hospital Sul Americano, projetado por Niemeyer e construído de 1952 à 1959, próximo ao lago Rodrigo de Freitas, no Rio, possui um anexo utilisando os mesmos arcos como marcador de acesso, em contraste com o imenso volume prismático do hospital.
Um outro exemplo é o projeto do Estádio Olímpico Nacional, ou Maracanã, também no Rio, feito por Niemeyer, em 1941. O projeto não executado, incluía um arco monumental que sustentaria a cobertura norte da arquibancada. Além do arco, que daria uma imagem totalmente diferente à paisagem urbana do Rio, as coberturas do ginásio e da piscina que compunham o complexo também utilizavam o mesmo elemento, em menor escala. Infelizmente, este projeto é um dos muitos de Niemeyer que não saíram do papel, entre elas o anexo da Escola Nacional de Arquitetura, construída em 1957, no Rio, que também era estruturado por arcos que suportavam duas enormes lages atirantadas.


Estação Rodoviária de Maringá (1960-1962)


Fonte: Cavalcanti, Lauro (2003) When Brazil Was Modern: Guide to Architecture 1928-1960. Princetown Architectural Press, New York.
Exceto a foto da foto da rodoviária, copiada de: www.picturetrail.com/historiamaringa

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Uma casa para a humanidade

2:06:00 PM

A ONG Habitat pour l'humanité ou HPH foi fundada em 1976 na cidade de Americus, no estado da Georgia, por Linda e Millard Fuller. A proposta da ONG deriva de um conceito de "partenariado para a habitação" segundo o qual as pessoas em necessidade de um alojamento trabalham em colaboração com voluntários para construir casas simples, mas convenientes e adequadas às necessidades mínimas de conforto e higiene.
Somente em 1985 o movimento se ramificou no Canadá, na cidade de Winkler, Manitoba. Depois, com a fundação de um organismo nacional em Ontario, este organismo se espalhou e conta com 69 afilidas em 10 províncias, que construíram a 1000a casa em 2005.
Além do Canadá, Habitat pour l'Humanité existe em 100 países e soma um total de 200.000 casas contruídas em todo o mundo. Atualmente, a ONG constroi uma casa à cada 25 minutos.
Os voluntários são geralmente estudantes da área de construção que desejam aprender as técnicas praticadas em seu próprio país e em outros, aproveitando para ajudar famílias menos favorecidas além de conhecer o problema da habitação e o ambiente cultural envolvendo o projeto. Cada família beneficiada contribui oferecendo sua própria força de trabalho na construção de 500 horas e uma prestaçao simbólica. Esta prestação é re-investida na compra de materiais para uma outra casa.
Resumindo, a ONG promove um sistema de mutirão planetário voltado à diminuição da desigualdade social e à solidariedade internacional. Falta incluir a preocupação ecológica e o estímulo à autodeterminação das comunidades. Um belo trabalho!
Mais informaçoes podem ser obtidas a partir do site da Habitat pour l'Humanité

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Desigualdade no usufruto do nosso patrimônio comum

12:36:00 PM

A nota esta na UOL.
Antes de ser uma "fonte de instabilidade social e emocional", o tráfego é também expressão dessa instabilidade, patente na nossa escandalosa desigualdade, na corrupção desavergonhada, na perda de referências de valor. Enquanto o escândalo ético e político fizer manchete diária, é evidente que nenhum cidadão se sentirá motivado à respeitar a lei ou o direito. O mau-exemplo político tem consequências graves sobre a estabilidade social e emocional, o que, sem dúvida aumenta a taxa de mortalidade nacional, reduzindo o indicador de desenvolvimento humano, o IDH.
A vida e o meio ambiente não valem muito nesta luta pra vencer à qualquer preço. A instabilidade social e a relatividade da lei tem consequências diretas sobre a conservação do ambiente, que também é objeto de regulamentação legal. Nenhuma lei será tida como séria numa cultura onde a regra é a transgressão em detrimento do bem comum e em vista de um benefício individual.
Neste contexto, a propriedade de um meio de transporte individual se torna símbolo não somente de status na pirâmide social, mas de poder de opressão sobre a classe dos sem-veículo e do direito de usufruir desigualmente do nosso patrimônio comum.

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Como os ricos destroem o planeta - Hervé Kempf

segunda-feira, setembro 17, 2007 7:49:00 PM

Texto da contra-capa:

"Nós estamos num momento da história que propõe um desafio radicalmente novo à espécie humana: pela primeira vez, seu prodigioso dinamismo se choca com os limites da biosfera e põe seu futuro em perigo. Viver este momento significa que nós devemos encontrar coletivamente os meios de orientar diferentemente esta energia humana e esta vontade de progresso. É um desafio magnífico e assustador.
Ora, uma classe dirigente predadora e impulsiva, esbanjando do nosso patrimônio comum, mal utilisando seu poder, constitui um obstáculo à mudança de direção que se impõe urgentemente. Esta classe não tem nenhum projeto, nao é movida por nenhum ideal, não exprime nenhum discurso mobilizador. Depois de ter triunfado sobre o sovietismo, a ideologia neoliberal não sabe mais o que auto-celebrar. Quase todas as esferas do poder e os círculos de influência estão submissos à este pseudo-realismo, que pretende impossível toda alternativa em defesa da única alternativa imaginável que é esta que conduz ao crescimento sempre maior da riqueza.
Esta representação do mundo não é apenas sinistra, ela é cega. Ela ignora a potência explosiva da injustiça, subestima a gravidade do envenenamento da biosfera, promove a redução das liberdades públicas. Esta representação é indiferente à degradação das condições de vida da maioria das pessoas, consente com a dilapidação das chances de vida das gerações futuras."

Kempf, Hervé (2007) Comment les riches détruisent la planète. Paris, Seuil.

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Medidas centrográficas

sexta-feira, setembro 14, 2007 4:00:00 PM

Estas técnicas de análises territorial se fundamentam no princípio de localização dos fenômenos através de um par de coordenadas XY, num plano bidimensional com eixos ortogonais.
Assim, a primeira tarefa no uso dessa estratégia de análise consiste na obtenção dos dados de localização dos fenômenos no território e a transformação desses dados em valores de coordenadas XY. A localização dos pontos em valores de coordenadas permite, não somente a construção de uma tabela de distribuição, mas também a aplicação de medidas centrográficas e de dispersão espacial.
Utilizando a tabela de distribuição territorial dos pontos podemos aplicar as equações referentes ao centro de equilíbrio e avaliar o grau de dispersão do fenômeno.
Essas técnicas são derivadas das medidas de tendência central e dispersão.
Os passos para construir o estudo são primeiramente a determinação das coordenadas de distribuição de cada fenômeno, no caso em questão trabalhamos com a localização dos Poços Tubulares Profundos (PTP) no território, associando a cada um deles os valores das coordenadas XY e os valores da vazão, que servem como peso. Ver Tabela 1.

tabela1

Uma vez determinadas as médias de X e Y, localizamos o ponto da intersecção dessas médias obtendo o centro de gravidade dos PTP´s.
Lembramos que a média é o valor aritmético resultante da soma de todas as coordenadas dividido pelo número de PTP´s.
Na seqüência determinamos o ponto resultante dos valores da média ponderada das coordenadas de X e Y obtendo assim o centro de equilíbrio dos PTP´s.
A média ponderada é utilizada quando associamos os números a pesos, os quais estão relacionados com o significado ou importância atribuída aos números. Neste caso o fator de ponderação é o volume da vazão.
Com o centro de gravidade determinado podemos calcular o grau de dispersão de cada um dos Poços Tubulares Profundos (PTP)em relação a esse centro, bem como determinar a distância padrão ponderada, utilizando os valores do centro de equilíbrio.
A média centrográfica revela uma tendência central de distribuição territorial dos fenômenos, porém não diz nada a respeito dos valores de concentração ou dispersão dos mesmos, por essa razão, no exemplo do trabalho com poços tubulares profundos, buscamos determinar o grau de dispersão e a distância padrão ponderada de cada um dos Poços Tubulares Profundos.
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Glossário e siglas na produção de Cana-de-Açucar

1:28:00 PM

Big-bags: sacolões com capacidade para 1.000 kg, utilizados para transportar fertilizantes.
Cobrimento: operação pela qual se coloca terra para cobrir os toletes (mudas) de cana colocados no sulco.
Despalhamento: processo de limpeza da cana antes do corte e da entrega na usina.
Destorroamento: consiste na quebra dos torrões de solo que se formam no momento do preparo.
Gradagem: é uma fase do preparo do solo utilizando-se o implemento chamado grade, que envolve o solo para eliminação de plantas indesejáveis no local.
Parte aérea: Colmo, Flohas e flores. A parte mais importante do ponto de vista da indústria do açucar e do alcool é o colmo.
Parte subterrânea: Raizes, Rizoma
Reboque: é o ato em que um trator é engatado, ou acoplado, numa carreta ou caminhão a partir daí o trator passa a puxá-lo(a).
Retampa: é uma operação feita por mão de obra braçal, com o uso de enxadas, cuja função é cobrir os toletes de cana, que por falha do equipamento de cobrimento, ficaram descobertos.
Rodotrem: é uma composição de um caminhão tipo cavalo mecânico (sem carroçaria própria) a duas outras julietas, sendo a primeira com dois eixos traseiros, e a segunda com quatro eixos, dois dianteiros e dois traseiros.
Romeu e Julieta: é uma composição de um caminhão com carroçaria própria mais uma Julieta de dois a quatro eixos.
Subsolagem: fase do preparo de solo, utilizada para “quebrar” camadas compactadas do solo.
Sulcação: processo de abertura das covas onde são plantados os toletes de cana.
Terraceador: equipamento composto por discos, em forma de “V” cuja função é a construção das curvas de nível.
Treminhão: é uma composição de um caminhão com carroçaria própria, mais duas julietas de dois eixos cada uma.

Siglas
T.C.H: Tonelada Cana Hora
T.F.H: Tonelada fibra hora
T.C.D: Tonelada cana dia
C.M: Caldo Misto
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Arquitetura Moderna e Estação Rodoviária Municipal de Maringá

quarta-feira, setembro 12, 2007 3:22:00 PM

Maquete eletrônica do Palácio dos Soviets (1930)- Moscou, elaborada por Takehiko Nagakura, extraída de http://www.ufrgs.br/propar/domino/2005_01/txt05_2005_01.htm">Palácio dos Soviets
Ontem, assistindo uma palestra promovida pelo LEAP, proferida pela arquiteta Sônia Marques Ph.D, da Universidade Federal de Natal, descobri onde o autor da antiga rodoviária de Maringá, Gelson E. Gubert, se inspirou para realizar seu projeto, em 1960.
Os volumes cúbicos, emoldurados pelos arcos que sustentam a marquise têm raízes num dos projetos de Le Corbusier (1887-1965), o Palácio dos Soviets (1930), em Moscou, jamais construído, mas uma referência para muitas obras que foram erguidas depois, por outros. Corbusier é um dos expoentes da arquitetura moderna que influenciou várias gerações de arquitetos brasileiros, entre eles, Niemeyer e Lúcio Costa.
A arquiteta se concentrou sobre dois representantes da arquitetura moderna pernambucana para mostrar as diferenças entre o modernismo carioca e o de Pernambuco. Um destes arquitetos é Luiz Nunes (1909-1937) que, entre suas obras, tem a Escola Rural Alberto Torres, construída em 1936, calculada pelo engenheiro Joaquim Cardozo.
A volumetria desta escola é muito próxima da arquitetura da rodoviária de Maringá. Nunes utiliza os arcos como suporte das rampas que dão acesso aos dois níveis da escola e que são ao mesmo tempo entrada e transição entre o pátio coberto e o exterior, servindo também de mirante.
Goubert os utiliza para sustentar as marquises que cobrem os acesso do saguão de espera e que servem também de transição entre o espaço interno e externo, além de servir de apoio ao terraço do restaurante que permite a vista da praça Raposo Tavares e do eixo magnífico da Getúlio Vargas.
Como Nunes, muitos outros arquitetos e engenheiros utilizaram obras e autores de referência para conceber e propor obras inovadoras, utilizando técnicas construtivas e materiais produzidos pela florescente indústria brasileira. Além de ser um exemplo raro de arquitetura modernista no interior do pais, a arquitetura da antiga rodoviária de Maringá representa este período em que o concreto armado, o revestimento em pastilhas cerâmicas e os caixilhos de ferro formando grandes panos de vidro representavam o que havia de mais avançado na indústria nacional da construção.

Sobre Luiz Nunes, veja Quesado Deckker (2001)Brazil Built: the architecture of the modern movement in Brazil. London. Spon Press

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Einstein e Bohr

9:33:00 AM


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Conversando com Drumond

9:26:00 AM

Uma das cenas mais sublimes que vi em foto. Pena que não foi ao vivo e a cores. Postei-a, ontem, em meu Blog, Marta Bellini. Repriso-a. Só loucos, bêbados, os "sãos" podem conversar com um poeta. Com a poesia. Neste mundo velho de tanta bobagem...as que me apetecem são estas: poesia, literatura, borboletas, arvores....

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Cores da vida

9:24:00 AM


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Estudar, o que é isso?

9:11:00 AM


Isabel Festas de Portugal, no Blog Rerum Natura, explicar, à luz da investigação da Psicologia da Educação, por que é que “estudar pelos livros” e “pensar um pouco” podem ser métodos activos, desde que bem utilizados pelo professor, independentemente de se estudar/pensar a partir de textos, do quadro de giz, do papel e lápis, do computador, do quadro interactivo… Vejamos, então, a sua análise acerca do assunto.

_______
Estando na ordem do dia o apelo à adopção de métodos activos, como suporte de uma aprendizagem que não se limite à reprodução de conhecimentos, parece-nos de toda a pertinência chamar a atenção para o papel que a leitura e o estudo de textos podem desempenhar neste contexto.


Afastando-nos de uma perspectiva que considera como activos aqueles métodos centrados na iniciativa dos alunos, nas suas capacidades de procura e na sua motivação intrínseca para aprender, consideramos que uma aprendizagem activa depende, essencialmente, da actividade cognitiva de quem aprende. Desenvolver esta actividade de modo a que se atinjam objectivos ligados à transferência e não apenas à reprodução dos conhecimentos parece-nos ser o verdadeiro problema em educação.

Tomando como referência os modelos de processamento de informação e algumas das principais teorias acerca da compreensão de textos, podemos encontrar respostas para este problema. Para que haja uma aprendizagem significativa e não meramente reprodutiva, é necessário que, na memória de trabalho, a informação seja, não só organizada, mas também integrada nos conhecimentos prévios do sujeito (Mayer, 1999).

Se pensarmos no estudo a partir de textos escritos, um dos principais meios de aprendizagem, é fácil enquadrá-lo nestes modelos. O que significa compreender um texto?A compreensão de um texto envolve vários níveis que se reportam, essencialmente, às suas palavras e às relações linguísticas entre elas - nível de superfície -, à sua estrutura semântica - base do texto - e às situações nele descritas - modelo de situação (van Dijk & Kintsch, 1983; Festas, 1998).


Partindo deste modelo teórico, torna-se fácil explicar os diferentes níveis de aprendizagem que podem decorrer da leitura de textos. De acordo com Kintsch (1994, 1998), podemos distinguir aquilo que ele designa de memória da aprendizagem de textos. A memória resulta de uma compreensão aos níveis da superfície e da base e a aprendizagem exige a construção de um modelo de situação. Enquanto que a primeira dá conta da informação que conseguimos reter de um texto, após a sua leitura, a segunda implica que o sujeito seja capaz de usar essa informação de uma forma diferente e nova.


Numa época em que existe um consenso relativamente à ideia de que o conhecimento depende da actividade e da participação do aluno na sua construção, não há, no entanto, uma unanimidade quanto àquilo que se entende por métodos activos. Se seguirmos as teses construtivistas mais divulgadas e aceites nos meios pedagógicos, por método activo entende-se todo aquele, como o de descoberta e de investigação, em que é o aluno que procura e pesquisa o conhecimento (Brooks & Brooks, 1993).


Trata-se de métodos que aparecem como uma alternativa a outros mais directivos e a sua especificidade parece depender precisamente desta demarcação que é feita relativamente àqueles em que há algum sinal de directividade, quer por parte do professor, quer por parte de material de estudo mais estruturado (cf., entre outros, Bidarra & Festas, 2005; Fosnot, 1996; Steffe & Gale, 1995). Partindo da concepção de compreensão acima mencionada, e tomando, ainda, como referência algumas teorias cognitivistas, pensamos que há uma outra forma de encarar os métodos activos. Estes incluirão todos aqueles métodos em que o sujeito se implica e se empenha cognitivamente numa tarefa, independentemente de coexistirem com uma certa directividade e estruturação dos materiais (cf. Mayer, 1999).

Tratando-se de tarefas relacionadas com a leitura e estudo de textos, interessa-nos saber como é que os alunos podem desenvolver as suas competências de compreensão, de modo a que daí resulte não apenas uma reprodução do que se estudou (memória do texto), mas, igualmente, uma capacidade para usar e transferir a informação lida a novas situações (aprendizagem do texto).


Parece-nos ser esta a chave de uma aprendizagem verdadeiramente activa.


A aprendizagem activa é cognitiva.

Assim, entendemos por aprendizagem activa aquela em que o sujeito participa, mentalmente, nos diferentes momentos da transformação da informação até que ela possa ser armazenada sob a forma de conhecimento ou utilizada na resposta a um problema ou a uma tarefa de natureza cognitiva (Mayer, 1999).

De acordo com os modelos de processamento de informação, considera-se que o conhecimento, antes de ser adquirido, passa por toda uma série de transformações, resultantes da actividade cognitiva do sujeito (Atkinson & Shiffrin, 1968). A informação vinda do exterior, sob a forma visual ou auditiva, é seleccionada e enviada para a memória de trabalho ou a curto prazo. Aqui, ela tem que ser trabalhada, de modo a ser transferida para a memória a longo prazo, onde permanecerá até ser necessária a sua recuperação.


Adoptando estes modelos como referência, podemos entender a construção do conhecimento como decorrendo de uma actividade cognitiva, não necessariamente comportamental (procurar ou pesquisar informação, por exemplo). Trata-se de uma abordagem que se adequa muito bem à leitura e ao estudo de textos. Estes fazem-se, normalmente, de uma forma pouco activa do ponto de vista comportamental, embora exijam um grau elevado de participação cognitiva.


Vejamos, de forma mais pormenorizada, como se exerce a actividade do sujeito numa situação de aprendizagem.Desde o início, logo no momento do confronto com a informação, torna-se necessária a sua selecção da memória sensorial para a memória a curto prazo. Se não houver selecção de informação não haverá qualquer tipo de aprendizagem. No entanto, não basta que se escolha aleatoriamente. Sabendo que muitos dos estímulos que nos chegam, num determinado momento, se perdem, não sendo conduzidos para o sistema seguinte, é fundamental que o aluno esteja atento aos que são mais importantes. Se assim for, será a informação mais pertinente que passará para a memória de trabalho, sistema vital na sua transformação.


Segundo alguns autores, é precisamente neste sistema que se efectua a parte mais substancial do trabalho cognitivo e, logo, a parte mais significativa da actividade do aluno (Mayer, 1999). Com efeito, tendo em vista uma aprendizagem activa, é necessário que a informação que chega à memória de trabalho seja organizada numa representação mental coerente. Para isso, o aluno precisa de estabelecer relações de causa-efeito, de subordinação, ou outras, entre as diferentes partes do material com que é confrontado.


A organização deste material é condição imprescindível para que o aluno seja, futuramente, capaz de o utilizar e aplicar em situações novas. Se este trabalho não for feito, a aprendizagem será meramente mecânica, isto é, o aluno será capaz de reproduzir mas não de aplicar e transferir o que aprendeu (Mayer, 1999).

A aprendizagem não será completa se aos processos de selecção e de organização não se juntar a integração dos novos conhecimentos nos já existentes na memória a longo prazo. A intervenção dos conhecimentos anteriores é fundamental para que a nova informação ganhe significado e seja solidamente aprendida. Feito todo este trabalho, o conhecimento pode ser, então, armazenado na memória a longo prazo, isto é, pode ser adquirido. Aí permanecerá até que a sua recuperação seja oportuna para uma nova aprendizagem, ou para a resolução de uma tarefa ou problema cognitivo.


Em sum: Encarando a aprendizagem deste modo, torna-se claro que a principal preocupação do ensino e da instrução deve estar centrada nos meios que ajudem os alunos a ser cognitivamente activos. Se eles souberem seleccionar, organizar, integrar, armazenar e recuperar o conhecimento, temos as condições para uma aprendizagem eficaz. A utilização destas estratégias será um grande contributo, não apenas para a aquisição, mas também para a transferência da informação lida e estudada e será, igualmente, quanto a nós, a garantia do envolvimento activo dos alunos na sua aprendizagem e na construção dos seus conhecimentos.


Referências bibliográficas:Atkinson, R. & Shiffrin, R. (1968). Human memory: A proposed system and its control processes. In K. Spence, & J. Spence (Eds.), The psychology of learning and motivation (Vol. 2, pp. 89-195). New York: Academic Press.Bidarra, G. & Festas, I. (2005). Construtivismo(s): Implicações e interpretações educativas. Revista Portuguesa de Pedagogia, 39 (2), 175-195.Brooks, J. & Brooks, M. (1993). In search of understanding: The case for constructivist classrooms. Alexandria, VA.: Association for the Supervision and Curriculum Development.Festas, I. (1998). A compreensão da leitura: A construção de um modelo mental do texto. Revista Portuguesa de Pedagogia, 32 (1), 81-98.Fosnot, C. (1996). Constructivism: Theory, perspectives and practice. Columbia: Teachers College. Kintsch, W. (1994). Text comprehension, memory, and learning. American Psychologist, 49 (4), 294-303.Kintsch, W. (1998). Comprehension: A paradigm for cognition. Cambridge: Cambridge University Press.Mayer, R. (1999). Designing instruction for constructivist learning. In C. Reigeluth (Ed.), Instructional-design theories and models: A new paradigm of instructional theory (vol. 2; pp. 141-159). Mahwah: Lawrence Erlbaum.Steffe, L. & Gale, J. (Eds.) (1995). Constructivism in education. Hillsdale: NJ.: Lawrence Erlbaum.van Dijk, T. & Kintsch, W. (1983). Strategies of discourse comprehension. New York: Academic Press.Isabel FestasPosted by Helena Damião

Antepassados hominídeos e seus dentes

9:07:00 AM


Enviada por Julia Bellini Capelari

Imagem: esmalte de dente humano

Homem de Neandertal limpava os dentes, revelam especialistas
Por Elisabeth O'LearyDe Madri, na UOL

Dois dentes molares de cerca de 63.400 anos mostraram que o Neandertal, o parente mais próximo do homem moderno, poderia ter hábitos de higiene dental, noticiou o site do jornal El País nesta terça-feira.

Os dentes tinham "marcas formadas pela passagem de um objeto pontudo, que confirma o uso de pequenos gravetos para limpar a boca", disse a repórteres o professor de paleontologia Juan Luis Asuarga, ao apresentar o achado arqueológico em Madri.Os fósseis, encontrados em Pinilla del Valle, são os primeiros exemplos humanos retirados da região de Madri em 25 anos, informou o departamento de cultura do governo local.

O homem de Neandertal foi o antecessor do homem moderno, tendo habitado em Europa, África do Norte e partes da Ásia entre 125.000 e 30.000 anos atrás.

"São dois (dentes), perfeitamente preservados, nos quais o desgaste de um humano de cerca de 30 anos são perceptíveis", disse um comunicado do governo. Especialistas também encontraram diversos fósseis animais, incluindo vestígios de hienas, ursos, rinocerontes e veados.

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SAUDOSISMO E REALIDADE

terça-feira, setembro 11, 2007 9:38:00 PM

Artigo publicado em A Folha de S. Paulo, no dia 09 de setembro de 2002, por GUILHERME GOMES DIAS, 47, economista, e ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão no governo de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO.

"Nos debates que antecedem a eleição presidencial, tenho ouvido, não poucas vezes, candidatos afirmarem que faltaria ao governo "visão estratégica" ou um "plano de desenvolvimento para o país". Segundo essa avaliação, a atividade de planejamento estaria subordinada à administração de problemas macroeconômicos de curto prazo, esta sim hegemônica do ponto de vista da política econômica.O que mais me chamou a atenção foram as comparações que esses mesmos críticos estabelecem. Há candidato que cita o período do regime militar como exemplo de prevalência da visão estratégica e do planejamento como mecanismo de promoção governamental do desenvolvimento.
De fato, já há farta literatura econômica e política sobre os resultados positivos e os fracassos, os benefícios e os custos, as virtudes e os pecados do planejamento e da política econômica nos governos Médici e Geisel, que implantaram os chamados PNDs (Planos Nacionais de Desenvolvimento). Sobre esse ponto, não pretendo ser redundante.
Entretanto quero destacar alguns fatores fundamentais que condicionam e exigem novas formas e novos conteúdos para o planejamento governamental.
São três, a saber: o arcabouço constitucional e legal pós 1988, uma sociedade democrática e organizada e uma economia cada vez mais competitiva e integrada no contexto internacional.
Antes da Constituição de 1988, os planos eram fruto exclusivo da vontade do Executivo.
Não somente as prioridades como também as fontes de recursos eram mobilizadas unicamente por decisões do Executivo. As principais decisões quanto à alocação de recursos públicos nem sequer eram registradas no Orçamento da União (naquela época, realmente uma peça de ficção), pois eram executadas por meio de empresas estatais, fundos diversos e o chamado "Orçamento Monetário".
Para aqueles de pouca memória, o Orçamento Monetário constituía-se num "cheque em branco" para o governo gastar, via manejo de contas do Banco Central e do Banco do Brasil.Será que alguém tem saudade do tempo em que os recursos públicos eram administrados com total falta de controle do Congresso Nacional e transparência para a sociedade?
O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso resgatou e reestruturou o planejamento em novas bases, compatíveis com uma sociedade plural e aberta, mas também adequadas à realidade e à transparência do processo orçamentário.
O modelo atual não tolera "contas em aberto" ou "esqueletos", que se transformam, mais tarde, em dívida pública.
O planejamento hoje é expresso no Plano Plurianual 2000/2003 (PPA), conhecido como Avança Brasil. Trata-se de uma lei, debatida e aprovada pelo Congresso Nacional, que engloba todas as ações de governo: prestação de serviços, atividades de manutenção da máquina administrativa e os investimentos, na área social e de infra-estrutura.O plano incorpora uma inovadora forma de pensar o Brasil, através do Estudo dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento, que proporciona uma visão integrada do país, combinando aspectos econômicos, sociais, ambientais e regionais. Esse estudo serviu de referência, inclusive, para os projetos da Iniciativa para a Integração da Infra-estrutura Regional da América do Sul, IIRSA, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e outras agências de fomento da região.
É importante ressaltar que os Orçamentos anuais refletem perfeitamente as diretrizes do PPA, diferentemente do que ocorria no passado.
Não há gasto no Orçamento que não tenha previsão no PPA. E cada programa tem a sua meta, o seu gerente.
Relatórios periódicos de avaliação de desempenho são encaminhados ao presidente da República e ao Congresso Nacional. E os dados estão disponíveis na internet.Esse sistema de planejamento foi implantado a partir do longo e gradual processo de ordenamento das finanças públicas brasileiras, iniciado em 1986, com a criação da Secretaria do Tesouro Nacional. E hoje seu marco principal é a Lei de Responsabilidade Fiscal.Como se diz no jargão técnico, o Orçamento é uma "lei de meios" para atingir metas de governo. Portanto, desconhecer a limitação dos meios colocados à disposição do governo pela sociedade e bradar contra a suposta primazia de uma imaginária "ditadura contábil" é ignorar a realidade.Definitivamente, não é verdade que o Avança Brasil tenha fracassado, como quer editorial da Folha publicado em 3/ 9 ("Marcha Lenta", pág. A2). Os relatório de avaliação do PPA dos exercícios de 2000 e 2001 mostram que a execução das metas previstas no plano alcançou percentuais de 92,6% e 93,4%, respectivamente. Na área de desenvolvimento social, o percentual de execução das metas é de 93,36%, em 2000, e de 91,73%, em 2001.
Na área de infra-estrutura econômica, 66,43%, em 2000, e 60,87% em 2001.É verdade que, nos últimos anos, temos administrado severas restrições orçamentárias, que têm atingido mais intensamente a área de infra-estrutura.
Mas partir dessa constatação para decretar o fracasso do Avança Brasil e do modelo de planejamento revela, no mínimo, falta de informação.Sem dúvida, há muito a ser feito pela melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Pelo aproveitamento do potencial de desenvolvimento do Brasil. Isto requer trabalho, método, persistência, negociação, visão estratégica, compromisso com a realidade e a transparência.Não me parece, entretanto, que as soluções para esses desafios estejam em algum lugar do passado".
Fonte: http://www.mp.gov.br/noticias/artigos/saudosismo_e_realidade.htm

A sociobiologia explica

2:41:00 PM

O filme Shake Hands With the Devil , baseado no livro publicado em 2002, descreve a experiência vivida pelo General Romeo Dallaire durante o genocídio no Ruanda, em 1994.
Incitados pelas lideranças políticas e religiosas locais, cidadaos comuns da etnia Hutu percorreram aldeias e vilas do país durante 100 dias, assassinando cerca de 800.000 pessoas da etnia Tutsi. Os Hutu constituíam 85% da populaçao do Ruanda, contra 15% Tutsi. Minoritários, sem nenhuma proteçao interna ou externa, os Tutsi nao tiveram muitas chances.
Mesmo pessoas de etnia Hutu, que se recusavam à participar do massacre, foram mortas à golpes de facao. Clérigos incitavam os Hutu à exterminar famílias Tutsi que se refugiaram nas igrejas. Vizinhos de longa data, cujos filhos cresceram brincando juntos, sob a ideologia racista, de um dia ao outro se tornaram inimigos mortais.
No entanto, as diferenças físicas entre Tutsis e Hutus nao existem ou sao visualmente imperceptíveis. As diferenças culturais sao quase insignificantes, restringindo-se simplesmente ao nome de família. Ambas utilisam a mesma lingua, mantêm as mesmas tradiçoes, realizam os mesmos ritos, participam do mesmo nível econômico.
"Em Ruanda nao existe ouro, nem petróleo, nem diamantes, apenas negros. Porque a ONU iria se meter a enviar forças de ordem num país pobre e negro?" respondeu o responsável da ONU ao pedido de reforço de Romeo Dallaire.
A analogia sociobiologista da seleçao natural nao explica somente este novo holocausto racista, comparável à limpeza etnica promovida pela SS nazista. Se a lei vitoriana do direito do mais forte serve para justificar esta carnificina doméstica, a omissao da ONU durante o massacre parece cooperar com a ideologia sociobiologista da seleçao natural à escala da sociedade mundial.
É lamentéavel que discípulos ingênuos de Edward O. Wilson pareçam nao perceber que a ideologia sociobiologista, longe de ser um teoria cientifica socialmente inocente, representa uma ideologia mais perigosa do que parece.

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Globalização

2:12:00 PM


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Humor e ciência

2:08:00 PM


MAIS HUMOR NA CIÊNCIA: A FÍSICA DO FÍSICO do Blog de Rerum Natura
O último livro de Woody Allen ("Pura Anarquia") acaba de ser publicado pela Gradiva pouco depois da edição americana.


De um dos capítulos intitulado "A Física do Físico" afixamos um curto extracto:"Acordei na sexta-feira e, e devido ao facto de o Universo se encontrar em expansão, levei mais tempo do que o habitual a encontrar o roupão. Isso fez-me sair de casa atrasado para o trabalho e, por ser relativo o conceito de cima e baixo, o elevador em que entrei foi para o telhado, onde me foi muito difícil apanhar um táxi.

Tenha em conta que um homem a bordo de uma nave espacial seguindo a uma velocidade próxima da da luz teria parecido chegar ao mesmo tempo ao trabalho – ou, porventura, mesmo um pouco adiantado, e definitivamente mais bem vestido. Quando finalmente cheguei ao escritório e me aproximei do meu patrão, o Sr. Muchnick, para lhe explicar o atraso, a minha massa foi aumentando à medida que me chegava mais perto da dele, o que ele tomou como sinal de insubordinação. Seguiu-se uma conversa azeda sobre a possibilidade de um corte no meu salário, o qual, quando medido em relação à velocidade da luz, é, em todo o caso, já de si muito pequeno.

A verdade é que, em comparação com a quantidade de átomos da galáxia Andrómeda, eu ganho na verdade muito pouco. Tentei dizê-lo ao Sr. Muchnick, que replicou não estar eu a levar em linha de conta que o espaço e o tempo são uma e a mesma coisa. Jurou que a partir do momento em que essa situação se alterasse, me daria um aumento. Chamei-lhe a atenção para o facto de que, visto que espaço e tempo são uma e a mesma coisa., e se levar 3 h a fazer algo que se verifica ter menos de 15 cm, o artigo em causa não pode ser comercializado por mais de 5 US$. A única coisa boa do espaço e do tempo serem uma e a mesma coisa é que podemos viajar para as franjas mais distantes do universo e, visto a viagem demorar 3000 anos terrestres a realizar, os nossos amigos estarão mortos quando regressarmos mas, em contrapartida, não necessitaremos de Botox.”

Posted by De Rerum Natura

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Belo Horizonte classificada entre as cidades com melhor qualidade de vida da América do Sul

11:06:00 AM

O site do Centro de Ecologia Urbana de Montréal mostra exemplos de cidades que inovaram na busca de soluçoes para os problemas urbanos. Entre cidades como Balo, Zurique e Genebra na Suissa (o paraíso fiscal dos corruptos do terceiro mundo), Vaxjo na Suécia, Viena na Austria, Lleida na Espanha, Vancouver e Montréal no Canada, também sao citados bons exemplos de países pobres. Bogota na Colombia, Rosario na Argentina, Curitiba e Belo Horizonte no Brasil estao entre eles. A surpresa é Belo Horizonte, classificada como a cidade com melhor qualidade de vida na América do Sul. Poderia ser Maringá e a sua regiao metropolitana.

Aqui vao alguns numeros e informaçoes sobre Belo Horizonte:
Populaçao : 2,3 milhoes de habitantes
Renda anual por habitante: Can$ 6400 dolares
Classificada como a de melhor qualidade de vida na América Latina pelo Population Crisis Committee
Atividades: 85% da renda provem do setor de serviços
Pontos fortes da politica de dessenvolvimento duravel: saneamento, planejamento das cidades periféricas e favelas, réorganisaçao do sistema de transporte urbano.
Orçamento participativo: Mais de 1000 projetos aprovados em 12 anos pela populaçao, correspondendo à R$ 500 milhoes de reais.

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Método do Ponto Quadrante

segunda-feira, setembro 10, 2007 8:29:00 PM

O método do Ponto Quadrante, ou "Point-centred Quarter Method", foi descrito por Cottan e Curtis em 1956 e continua ainda a ser o mais utilizado no levantamento de estrato arbóreo. Particularmente, na área de Biogeografia, este método forma parte do arcabouço básico na formação de campo e sua aplicação tem sido ampliada a diferentes áreas da Geografia.
O quadrante é geralmente construído como uma cruzeta de madeira, pintada preferencialmente de branco e lançada aleatoriamente, no entanto, as distancias dos pontos de lançamento devem estar distribuídos de modo que a distância de um ponto ao outro seja igual ou superior à média aritmética da distância entre as árvores e desta forma uma mesma árvore não sejá abrangida em dois pontos.
No quadrante utilizado no laboratório de Biogeografia da Universidade de São Paulo, a cruzeta é fixada num suporte perpendicular ao solo, facilitando assim a identificação da direção dos quadrantes.
Um exemplo do uso dessa metodologia é o estudo desenvolvido por Carla Cristina Maria Bédia, da Universidade Estadual Paulista Campus Rio Claro, no qual trata das “Condições para a recuperação de mata ciliar em área rural na bacia do rio Corumbataí”.
Num outro estudo centrado nos “Métodos de amostragem no levantamento da diversidade arbórea do Cerradão da Estação Ecológica de Assis”, realizado por Daniela Andrade, ESALQ - USP, 2005, a autora desenvolveu um estudo que teve por objetivo "comparar os métodos de amostragem de parcelas de área fixa e de ponto quadrante em uma área com predominância da fisionomia cerradão na Estação Ecológica de Assis (SP)".
Na área de estudo fora construída uma “grade amostral sistemática” contendo “64 parcelas de 90 x 10 m (900 m2), inseridas em 8 linhas distantes 100 m entre si, com 8 parcelas em cada linha”, as quais por sua vez foram subdivididas em 9 subparcelas de 10 x 10 m, com um intervalo de 10 m não amostrado entre as parcelas nas linhas. Os pontos quadrantes foram instalados em cada limite entre as subparcelas."
Este trabalho resgata a discussão do denominado método combinado, no qual é utilizado o método do quadrante e de parcelas conjuntamente.
Uma questão fundamental que deve ser levada em consideração são os valores limites para coleta de dados. Nno caso dos quadrantes existem critérios de identificar somente o indivíduo com perímetro à altura do peito (PAP) igual ou maior do que 10 cm e que esteja mais próximo do centro de cada quadrante.
O método do Ponto Quadrante também vem sendo utilizado nos estudos do solo. Nesse caso em cada ponto quadrante é definida a coleta de uma amostra mista ou não de solo à profundidade pré-definidas. Sendo necessário, em cada quadrante, manter uma distância constante ao centro do ponto amostral, bem como os pontos quadrantes devem ser distribuídos sistematicamente.

As anotações clássicas referentes a cada indivíduo amostrado nos quadrantes geralmente são:
Número do ponto de amostragem; número do quadrante; distância do centro da base da árvore ao centro do quadrante; perímetro à altura do peito; altura máxima da copa e características morfológicas da planta que podem contribuir para a sua identificação. Além, certamente de uma coleta e etiquetagem da amostra da planta.
Porém, deve ser seguida sempre a regra de que considerando a variabilidade das comunidades e dos objetivos do trabalho estes parâmetros podem ser insuficientes.

Fontes:
Carla Cristina Maria Bédia, Condições para a recuperação de mata ciliar em área rural na bacia do rio corumbataí In: III Simpósio Nacional de Geografia Agrária – II Simpósio Internacional de Geografia Agrária, Jornada Ariovaldo Umbelino de Oliveira – Presidente Prudente, 11 a 15 de novembro de 2005;
Daniela Andrade. Métodos de amostragem no levantamento da diversidade arbórea do Cerradão da Estação Ecológica de Assis”. ESALQ - USP, 2005.
Laury Cullen Jr et alii. Métodos de estudos em Biologia da Conservação & manejo da vida silvestre. Curitiba, UFPR, 2004.
Luis Antonio Bittar Venturi. Praticando Geografia. Técnicas de campo e laboratório. São Paulo, 2005.

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Indicadores de desenvolvimento urbano sustentável em Montréal

7:50:00 PM

Depois da Exposiçao Internacional de Arquitetura em 1967, a cidade de Montréal ganhou visibilidade mundial. De la pra cá muitos representantes da comunidade local sugerem estratégias para manter a cidade como uma referência mundial. Companhias de efeitos especiais de Montreal sao requisitadas por Hollywood. A quebequense Celine Dion mantém lotada, há mais de 4 anos, uma das grandes casas de espetáculos de Las Vegas. No que diz respeito ao showbusiness atualmente, é o Cirque du Soleil que tem feito muito bem este papel no mundo todo.
Mas é em meio-ambiente que a cidade quer mostrar inovaçao e atrair os olhares do mundo. Com uma das emissoes de CO2 entre as mais altas do mundo, parece difícil conseguir este destaque. Para ajudar a administraçao pública a melhor orientar suas açoes, o Centro de Ecologia Urbana traçou uma lista de indicadores de desenvolvimento urbano sustentável. Vale a pena dar uma olhada.

Agrotóxicos ameaçam o maior reservatório de água do mundo

5:02:00 PM

A notícia saiu no portal ambiental em 2005, mas continua pertinente, ja que nada ou quase nada mudou. Antes, parece que piorou. Leia aqui.

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Metodologia em estudos territoriais na região norte do paraná

5:00:00 PM

No trabalho da análise territorial do Estado do Paraná, publicado em 1970 por MESQUITA e SILVA, na Revista Brasileira de Geografia (RBG), foram utilizadas técnicas estatísticas desenvolvidas por Bhatia e Weaver. Nesse trabalho se procurou dimensionar o território paranaense para estabelecer as bases de projetos de planejamento regional.
A metodologia desenvolvida no estudo “Regiões agrícola do Estado do Paraná: uma definição estatística”, construiu uma hierarquia das culturas agrícolas fundamentada na análise da área ocupada por cada cultivo.
No entanto, essa estratégia superestimava a superfície das culturas e alterava os valores das áreas de cada município. Mas, considerando o interesse e o pioneirismo do estudo foi mantida essa distorção.
Uma vez determinada a percentagem de cada cultura os autores estabeleceram a hierarquia das culturas, sendo que na região Norte do estado o predomínio ficou por conta da cultura do café, destacando-se, a importância “dos cultivos alimentares intercalares”.
A seguir foram determinados os índices de diversificação das culturas, pelo método do economista Dr. Shyam Bhatia, professor da Universidade Indiana de Northwest, que consiste num calculo de razão entre a somatória da área cultivada com a cultura específica, dividido pelo número de culturas.
Esse calculo apresentou um índice de diversificação Muito alta e Alta na região norte do Paraná.
No caso da concentração de culturas, foi utilizado a determinação das hierarquias de cultivos. Sendo a equação composta por uma relação entre:
a: Área cultivada com determinado produto no município;
at: Área total cultivada no município;
A: Área cultivada com determinado produto no Estado;
AT: Área total cultivada no Estado;
O índice de concentração se fundamenta na comparação das razões dos valores determinados no Município e no Estado. Os resultados indicam que na região norte a cultura do café e do arroz, apresentam um índice de valores de concentração médio e alto.
Uma outra estratégia metodológica, utilizada no estudo de MESQUITA e SILVA, foi o índice de combinação de culturas. Através desse método é possível determinar de forma indireta as combinações territoriais associadas com as estruturas da paisagem, em particular com as pedológicas e atmosféricas.
Para isso foi utilizado o método do geógrafo norte-americano John Carrier Weaver desenvolvido para definir regiões por combinação de culturas.
O resultado da aplicação desse método mostra, na região Norte do Paraná, a hegemonia do café em combinação com outras três culturas, milho, feijão e arroz, todas elas de incidência combinada.
Assim, o estudo conclui propondo uma divisão regional na qual reconhece que a região norte do estado do Paraná, território estruturado fundamentalmente em função da expansão cafeeira apresenta homogeineidade territorial e "diversificação da lavoura com cultivos industriais e alimentares anuais estimulados pelo processo de desenvolvimento urbano e industrial do Sudeste, no qual o Norte do Paraná está integrado economicamente.” (p. 29)
Fontes: Regiões agrícola do Estado do Paraná: uma definição estatística. RBG, 1970, Olindina Vianna Mesquita, Solange Tietzmann Silva.
INDUSTRY COMBINATIONS IN THE CENTRAL UNITED STATES: AN APPLICATION OF WEAVER'S METHOD. The Professional Geographer, setembro de 1968, Lane J. Johnson, Waltraud E. Teufner.

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Na renania de Renan

11:39:00 AM

... comem-se livros na mesa da educação. Sobras são destinadas aos mais pobres e miseráveis. Continuaremos a ter na política brasileira, uma linha dura, a dos cavalgaduras....

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No meio de meu caminho tem uma pedra....

11:37:00 AM

Drumond

Esta pedra é o Renan...versão atual do poema de Drumond

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Não pendurem seus cérebros!

11:34:00 AM

Abram seus cérebros tantas vezes quanto desabotoem suas braguilhas (frase de Maio de 1968, em Paris)

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Professores: vocação ou não? Uma discussão

domingo, setembro 09, 2007 10:25:00 AM

Imagem: Escher

Por Desidério Murcho, filósofo, Portugal, Blog Rerum Natura


O post da Helena, “Sou Professor sem Vocação”, levanta uma questão mais geral que vale a pena sublinhar, e que não se relaciona apenas com a qualidade do ensino mas de qualquer profissão, incluindo portanto a de romancista, como o próprio Vergílio Ferreira, ou a de filósofo ou físico. Parece-me razoavelmente popular uma ideia que, em proporção inversa à sua popularidade, me parece particularmente errada e, pior, perniciosa. A ideia é esta: sem talento superlativo, sem que um profissional sinta um “chamamento” interior, não poderá ser um Grande Profissional — um Mestre, uma Referência, ou outro disparate deste género, que faz as pessoas começarem a tremer das pernas como adolescentes mentecaptas com tempo a mais e tino a menos. Já vi gente a ter esta reacção quando se fala de Einstein ou de Wittgenstein ou de qualquer outro idiota que é tão idiota com os outros idiotas do género humano, mas menos.Já sei que os amáveis leitores deste blog me vão cair em cima, e fazem bem, mas ainda antes de escreverem a primeira palavra de protesto, quero esclarecer melhor as coisas, e aproveito para tentar esclarecer a confusão que me faz aflição.


Ponto 1: parece-me inegável que, em qualquer profissão, do atleta ao padeiro, do físico teórico ao professor, do filósofo ao poeta, há uma coisa diáfana, talvez insusceptível de ser objectivamente medida ou ensinada, mas que faz toda a diferença: talento. E as pessoas talentosas são talentosas em grande parte porque se entregam de alma e coração ao que fazem, porque mais do que gostar do que fazem, o fazem por amor.

Ponto 2: é igual ao ponto 1, mas é só para sublinhar porque sei que nos comentários só vão atacar-me por causa do ponto 3

.Ponto 3: o que faz a diferença num ensino de qualidade — ou na investigação filosófica ou científica, ou na prática artística ou em qualquer outra coisa, incluindo o mundo empresarial e político — é a existência ou não de gente mediana e modesta mas competente.


Porque bem podemos ter dez génios do ensino ou da filosofia, mas se os outros todos nem competentes são, nada se consegue fazer. Falta a tal força vital de que Eça se queixava. Não vale a pena ter grandes valores superlativos no ensino, ou em qualquer outra área, se depois o professor médio, que é por definição a maior parte deles, não é competente. E ser competente é uma coisa muito bonita. Ser competente é cumprir as suas obrigações profissionais e fazê-lo bem. No caso de um professor, é saber lidar com os alunos, e saber ensinar-lhes matemática, ou física, ou história ou filosofia, consoante o caso.


A competência e o profissionalismo são muito importantes porque sem elas bem podemos ter génios às carradas, que no grosso dos profissionais — que por definição serão sempre apenas medianos — se perde o impacto causal de tais luminárias. Se no país todo tivermos no ensino secundário dez professores excelentes de geografia, daqueles que são superlativos (como eu tive um, açoriano, quando estava no 9.º ano), já podemos dar-nos por satisfeitos. Mas estes dez não poderão fazer grande coisa se os outros quinhentos não forem profundamente profissionais e competentes. (Bom, entretanto esqueci-me que a infinita sabedoria do nosso Ministério da Educação decidiu que a geografia não interessava para nada e acabou com esse luxo de ricos... reservando-o para os ricos.).


Quando se fala em educação ouve-se muitas vezes a conversa do professor talentoso, superlativo — e todos nós tivemos alguns assim, felizmente. Mas esta conversa é enganadora, se o que se pretende dizer é que precisamos de mais professores desses. A minha ideia é que em qualquer área teremos sempre duas coisas: os superlativos, muito bons, que serão muito bons no meio do deserto e sem quaisquer condições; e os muito maus, que serão maus nem que se lhes dê dez mil euros por mês para usarem as últimas tecnologias educativas. Isto teremos sempre, façamos o que fizermos. Aquilo que precisamos de fazer para mudar as coisas é ter um corpo maioritário de professores competentes e profissionais. Dos outros vamos ter sempre, em qualquer caso.Isto não é dizer que devemos desprezar os professores que “nasceram com o dom”. Pelo contrário — acho que quem tem talentos superlativos deve colocá-los ao serviço da profissão, ao serviço da comunidade, e a comunidade deve criar-lhes condições para isso, permitindo que sejam eles a dirigir os destinos das coisas. Mas se eles não forem secundados por um número imenso de modestos professores competentes e profissionais, estamos tramados porque nunca conseguiremos criar uma dinâmica de excelência sustentável: teremos aqui e ali ilhas de competência excelente, mas em geral, continuaremos à rasca.

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Ofídeo mãe

sexta-feira, setembro 07, 2007 9:08:00 PM


Cobra e seu filhote....

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Tarsila

9:07:00 PM


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Mudança climática?

quarta-feira, setembro 05, 2007 8:45:00 PM

na seca
Se a mudança climática afeta de forma diferenciada as pessoas a fotografia não deixa dúvidas. A cobertura sempre foi o lugar privilegiado de quem vive a vida por cima, enquanto os de baixo, que votamos nos que hoje estão por cima, continuamos a nos referescar com as mangueiras, não as de Natal, as do quintal de casa.
Assim, a vida continua a ser uma contradição.
A fotografia é da piscina do Hotel Bristol, na cidade de Maringá. Plashhhhh....
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Planejamento regional e mudanças climáticas

8:09:00 PM

Mudança climática: ¿o fim da agricultura na África? este é o título do trabalho elaborado por Ariel Dinar que discute um cenário possível da agricultura na África. Ele diz que se mesmo sem mudança climática, África já enfrenta uma grave degradação do solo, intensa migração rural-urbana, instabilidade política, baixo desenvolvimento das economias, fatos esses associados com um progresso tecnológico lento e uma falta do acesso a informação.
O que resulta, segundo Dinar na questão de como então é possível lidar com a mudança do clima? uma vez que ele vem a agravar um quadro geral profundamente deteriorado. Os resultados, da analise de Dinar, sugerem que importantes regiões na áfrica, consideradas marginais desde o ponto de vista agrícola, serão deixadas de fora do processo produtivo em meados de 2100, sendo que outros devem
prosperar intensamente.
Isto implica na necessidade de prever estratégias para um planejamento, que signifique centrar esforços em regiões nas quais as demandas de suporte técnico-científico e humanitário alcance a milhões de pessoas nesse novo processo de adaptação provocado pelas mudanças climáticas.
Um resumo amplido da análise de Dinar pode ser consultado no endereço aqui indicado
e neste outro endereço pode ler o trabalho: Climate change adaptation in Africa : a microeconomic analysis of livestock choice


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Circulação e cidadania

6:06:00 PM

barreira_urbana
A cidade é o território da circulação e do movimento, nela os espaços abertos de circulação como as calçadas do passeio público são sinônimo da esfera da vida pública.
Uma cidade, não se concebe como tal sem esses territórios, assim o poder público tem normalizado tanto suas dimensões quanto suas funções, primando sempre o caráter de espaço público de uso comum.
Segundo Leite (1988, p.33) esses espaços são “culturais por excelência, profundamente ligados à vida urbana e parte da característica física da cidade”. Por conceito e função esses espaços servem a todos, segundo Magnoli, (2006, p. 204) esses espaços “são supostamente os mais acessíveis por todos os cidadãos; os mais apropriados perante as oportunidades de maior autonomia de indivíduos; os que se apresentam com mais chance de controle pela sociedade como um todo” e concluindo eles devem ser os mais democráticos.
Dentro desse contexto, os espaços públicos de circulação como as calçadas do passeio público são de uso comum dos cidadãos.
No entanto, a garantia de usos, não está somente na sua existência, uma vez que para atingir o objetivo com o qual foram criadas devem estar em condições de circulação.
Sabemos que a circulação na cidade brasileira está hegemonizada pelos veículos de tração a motor, assim as avenidas e ruas da cidade, são as prioridade dos administradores, bem como objeto de campanhas específicas e investimentos públicos importantes para fins da sua manutenção.
No entanto, na cidade a circulação não se realiza somente nas vias denominadas de avenidas e ruas, ela se realiza também nos passeios públicos que são espaços para o trânsito dos pedestres.
Esse fato, permite reconhecer não somente um direito de circulação específico ao pedestre, como também a necessidade de um tratamento isonômico desse espaços em relação aos dos veículos automotores, seja no que diz respeito aos investimentos diretos, seja indiretos.
As campanhas de conscientização de transito envolvem tanto aos motoristas quanto aos pedestres, reforçando ainda a tese de que cada um tem um espaço específico de circulação, sendo que nos cruzamentos a prioridade é do pedestre.
Isso demonstra então uma suposta prioridade na circulação urbana do pedestre, no sentido de este ser a parte mais fraca dessa relação, por tanto a que deve ser protegida pelo Estado.
Porém, o poder Público Municipal, em geral, não demonstra qualquer isonomia no trato do pedestre, uma vez que todo o esforço da edilidade está centrado no fluxo da circulação dos veículos automotores.
Nesse contexto, o fluxo priorizado continua a ser os dos veículos automotores.
Sabemos então, que a circulação dos pedestre se realiza em espaços específicos denominados de calçadas e que são sinônimo de espaços públicos de usos comum e que sua formato está disciplinado pelo poder público municipal, através de legislação específica. Segundo essa legislação cabe ao poder público municipal a fiscalização do cumprimento desse marco legal.
Na garantia da circulação dos pedestres não existe hierarquia, uma vez que tanto crianças transportadas em carrinhos, como idosos que circulam com cadeiras de rodas tem os mesmo direitos, nesse sentido as calçadas são os espaços públicos da mais ampla democratização, uma vez que os princípio constitucionais de igualdade nela podem e devem ser perfeitamente concretizados.
Certamente o princípio de acessibilidade, no sentido de mobilidade universal sem obstáculos, deveria ser uma das questões primordiais na garantia da liberdade de circulação do pedestre na cidade, más não é essa a realidade fática constatada nos passeios públicos na cidade de Maringá.
As calçadas apresentam desde obstáculos impossíveis de transpor até um conjunto de objetos distribuídos organizadamente como forma de extensão das atividades comerciais das lojas.
Leite, M. As tramas da segregação. São Paulo. FAU-USP, 1988, p.33.
Magnoli,M. O parque no desenho urbano. In Paisagem e Ambiente: ensaios, São Paulo, FAU- USP, nº 21, p. 204, 2006.

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Copyright © 2003 - 2010 Factorama. Os artigos contidos nesta revista eletrônica são de responsabilidade de seus autores. A reprodução do conteúdo, total ou parcial é permitida, desde que citado o Autor e a fonte, Factorama http://factorama2.blogspot.com. Publicação de divulgação científica em meio eletrônico. Destinada ao debate político, econômico, ambiental e territorial, com atualização diária. Ano 6, Primeira edição em julho de 2003. BLOG é abreviação de weblog. Vem de web, que significa internet, e log, de conectar-se à rede. Qualquer publicação freqüente de informações pode ser considerado um blog.

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Página Principal - Arquivo Morto do período de 12/2003 até 03/2006
 

A motosserra está de volta!!!

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