Sinal dos tempos
segunda-feira, maio 21, 2007 10:37:00 AMDesta vez é a ciência quem anuncia o apocalipse. Nao são visões proféticas, obtidas por um privilégio divino o que lhes dá autoridade para anunciar a última grande extinção em massa. São dados estatísticos e modelos matemáticos.
Podemos esperar que a ciência descubra uma nova tecnologia capaz de resolver todos os problemas ecológicos, de limpar toda a poluição, de sanar todo o mal que ela mesma tem gerado.
Porém, mesmo a tecnologia de recuperação ambiental tem se mostrado impactante, ainda que em menor proporção. Por exemplo, os plásticos não podem ser reutilizados indefinidamente porque perdem suas propriedades de moldagem e acabarao todos como lixo irrecuperável. Outros produtos podem exigir tanta energia para a sua recuperação que acaba sendo contraditório tentar reciclá-los à curto prazo, como por exemplo os componentes de computadores. É a famosa lei da entropia.
Por enquanto, o princípio dos três "R": Reutilizar, Recuperar e Reciclar, parece indicar a lista de ações ecologicamente corretas em vista da sustentabilidade, ainda que seja uma sustentabilidade questionável.
1 - Reutilizar o que for possível, utilizar até o limite da funcionalidade.
2 - Recuperar o que estiver quebrado, reparar, consertar, dar nova vida aos objetos, mantendo os com sua função orginal.
3 - Reciclar objetos cuja recuperação não é mais possível, transformá-los completamente na sua forma e função.
As três ações exigem investimento de energia crescente. Reutilizar é a ação menos dispendiosa. Recuperar exige um pouco mais de energia. Reciclar economiza apenas a matéria prima, mas o consumo de energia pode toraná-lo mais caro que fazer de novo. Porém, produzir um novo exemplar com matéria prima extraída da natureza é a mais ação mais onerosa à para o meio-ambiente e para as futuras gerações.
A foto é de refletores de carros calcinadas na APP do Mandacaru, ao lado do Parque do Cinquentenário. Ironicamente, o parque foi criado quando a cidade fez 50 anos, ou seja, fez 10 anos neste mês. É um parque teen, adolescente ainda. À semelhança de caveiras tecnológicas, esta imagem parece anunciar nosso futuro comum: um cemitério de parque, um cemitério da nossa civilização moderna, movida à hidrocarburantes.
Se continuarmos assim, o parque talvez não chegue aos 60, como a Estação Rodoviária, que não chegou ainda aos 50 e já querem transformá-la em entulho.
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